sábado, 27 de outubro de 2012

Família de surdos divididas entre dois mundos.



Em 2009, quando fui fazer exame de audiometria em Campinas - SP para uma seleção de emprego, fui diagnosticada com uma perda moderada nos dois ouvidos. A médica falou que a perda estava muito avançada pela minha idade, e completou dizendo que se eu continuasse exposta aos barulhos excessivos e (fones de ouvido), eu chegarei aos 40 usando aparelho auditivo. Não fiquei chocada e nem triste, mas querendo ou não, passei a pensar nesse futuro.
A partir dai, comecei a pensar na possibilidade de estudar Libras. Depois disso, a vontade se acalmou.
De uns tempos para cá, tenho acompanhado uma série que tem como personagem uma atriz super talentosa e surda, Marlee Martlin. Achei tão legal a forma como ela conversa com os sinais e ainda demonstra todos seus sentimentos que voltei a procurar informações sobre a comunidade dos surdos.
Achei vários videos legais no youtube e esse documentário que posto acima é muito interessante.
Fala sobre uma família de surdos que se sentem divididos ao saber que existe um implante (Cochlear implant) que traz para o paciente a oportunidade de viver no mundos dos "ouvintes" e viver normalmente.
Mas o documentário fala muito mais do que apenas sobre essa tecnologia, fala também sobre a identidade desse pessoal que nascem com a deficiência, e que mesmo assim conseguem viver entre as pessoas e serem sucedidos em suas vidas e constituírem famílias.
Na casa da pequena Heather, que nasceu surda, filha de pais surdos e avós não surdos, já está com quatro anos e fala fluentemente a língua dos sinais. Eles ficam sabendo sobre o implante e os avós dão o total apoio para que eles façam a cirurgia na criança. Por um breve momento, a criança se sentiu super feliz em poder escutar as coisas que ela só ouve falar e também poder se comunicar com outros colegas. O dilema vem a tona quando os pais decidem que a pequena Heather ainda é muito criança para tomar tal decisão, e que a realidade dela é: Filha de pais surdos, e já se comunica bem com a família e já convivem numa grande comunidade para surdos que dão total suporte e apoio e que por hora não é algo tão necessário, mas os avós criticam falando que os pais estão vetando a criança de viver "normalmente" entre as pessoas. Ai vem outra questão: O que seria viver normalmente para uma surda que já convive numa comunidade surda bem estruturada?
Ainda fala sobre outra família, que descobrem que o pequeno recém nascido Peter também nasce surdo, mas de pais saudáveis. O choque para eles foi grande. Então eles começam a pesquisar e a colher opniões entre os amigos e familiares até decidirem o que fazer pela criança: Colocar o Cochlear ou não.
Conversando com uma amiga pelo skype, eu comentei como os americanos tem esse tipo de acessibilidade em relação aos recursos médicos, sociais e educacional, que nascer surdo lá talvez não seja tão ruim, porque a nossa realidade no Brasil é totalmente deprimente. Um aparelho auditivo aqui é uma fortuna, sem contar que alfabetizar uma criança com esse tipo de problema também não deve ser fácil porque não é toda escola pública que tem esse tipo de recurso, dai os pais tem que pagar escola privada para eles.
Bom, veja o vídeo que está dividido em 6 partes e vamos dialogar! Me conte o que você acha.
O que você faria se descobrisse que seu bebê nasceu surdo?
Quero te escutar.
Bom resto de final de semana pessoal!!


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