terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Apologia ao racionamento de água




Apologia ao racionamento de água publicado no site do Recanto das Letras

De frente ao seu bar, o dono lavava o chão tranquilamente.

- Me desculpe o comentário, mas eu não vejo ‘vida’ ai. Comentou uma jovem encostada numa árvore enquanto descascava sua maçã.
O senhor sem entender, fez um som com a garganta que pareceu um rosnado. Do que está falando minha jovem?
- Dessa água toda que o senhor está desperdiçando. Se fosse um jardim, até te entenderia, mas o chão? Ainda mais com essa ameaça em que estamos vivendo sobre não ter mais água potável no futuro…
- E vou deixar o bar sem limpar? Não dá pra receber clientes com o ambiente sujo.
- Eu sei, mas amanhã quando o senhor não tiver mais essa água ai nem para beber, serão dois problemas: a sujeira e a sede. Credo. Realmente não quero estar por aqui.
- Olha só, eu acho muito bonito uma moça tão jovem com essa mentalidade filosófica, mas deixe-me trabalhar, ok?
- Ok. Como o senhor quiser.

(…)

- Quer saber? Todo mundo lava a calçada, seus carros e coisas assim, por que EU tenho que economizar?
- Rá!! Sabia que iria questionar isso. Mas pensa bem, se todos continuarem pensando assim, com o umbigo, o amanhã vai chegar mais depressa, e ai? CO-MO-FAZ?
- Você tem razão. Disse ele desligando a torneira e pegando uma vassoura para continuar limpando o lugar. E agora que somos dois com esse seu "racionamento", acredita que teremos forças para economizar mais?
- Vou te contar um segredinho. Disse ela se aproximando. Só basta você influenciar mais uma pessoa. A corrente faz o resto.
- De onde veio essa garota? Ele se perguntou.

@gabriellaclima

Um comentário:

  1. Muito querida Gabriella,
    escrevia sobre água potável em um texto que preparo e chegas-me querida com o convite para conhecer um diálogo construtivo entre desperdiçador de água e uma jardineira que sabe cuidar do Planeta. Veja o que escrevia então:
    “Parece indiscutível que não tenhamos sabido administrar as conquistas da Ciência. Se lamentarmos que, em 11 de Setembro de 2001, tenha havido cerca de 3.000 mortes inocentes no ataque às torres gêmeas do World Trade Center, atualmente, a cada dia, morrem dez vezes mais pessoas devido a falta de água potável. Ouvi essa afirmação dolorosa de Ricardo Petrella, economista italiano, professor na Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, que esteve na UNISINOS, participando em setembro de 2004, do Simpósio Internacional Água: bem público universal.
    É como se cada dia houvesse a derrubada de 10 WTC. Mesmo que os apregoadores dos transgênicos apresentem soluções para a produção de alimentos por menor custo, assistimos ao aumento da miséria, com mais homens e mulheres, e especialmente crianças, morrendo de fome e de sede”.
    Que bom que existam Gabriellas que ajudam cuidar do Planeta.
    Afagos do

    attico chassot

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