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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Amor em Mississippi



Escutando “You made me love you”  by Patsy Cline

Greenville, Mississippi – 03 de setembro de 1985.

Oi querida.

O calor ainda está de matar aqui em Greenville. Está até mais quente comparado aquela vez que esteve aqui.
Ainda estou usando aquele vestido de flores azuis que você me deu e o ícone chapelão cor de vinho tinto. Acabei de chegar da feira de automóveis antigos. Estão fazendo um leilão para arrecadarem dinheiro para reforma daquela velha capela no final da Fillmore St. A parte boa é o envolvimento da comunidade. Uma graça!
Estou com saudades de você.
Acabei de criar um novo drink. Aquele “Bloody mary” perdeu a graça depois que você se foi.
Peguei 3 limões sicilianos, essência de menta, um pouco de açúcar, vodka e muito gelo. Bati tudo junto e confesso que ficou gostoso. Um doce amargo, mas ficou bom.
Brindei sozinha a solidão, a falta de ver seu sorriso tímido, as suas unhas descascadas, a sua frieza intocável.
“Saúde!”
Não é todo dia que a gente recebe companhias, não é mesmo?
Estar sozinha hoje é o que me resta de você.
Meu piano encostado naquela parede onde você borrou com marcas de beijos com seu batom marron está cheio de poeiras. Nem ousei em tocá-lo mais. Perdeu a graça.
Sei lá... Às coisas andam monótonas, e como não tem ninguém aqui para me tirar do sério, minha rotina anda muito chata.
Fico aqui recordando nossas fugidas àquela torre de vigia do casarão antigo perto da Prefeitura velha, e a correria que era quando os guardinhas notavam que a gente estava lá em cima. Aquela sensação de ser pega era uma adrenalina incrível. E depois poder olhar para suas bochechas rosadas, saudáveis, só pelo fato de se exercitar, não tinha preço!
Oh, como sinto sua falta!
Sinto muito por tudo.
Sinto muito por nada também.
Os anos se passaram, envelheci, aprendi com meus erros, deixei para trás algumas coisas que não valeram a pena... Arrependi-me.
Aquela nossa foto tirada debaixo da árvore com cipó e o balanço estão ainda naquele porta retrato que você também me deu. É a visão mais clara que tenho de nós.

Despeço-me mais uma vez sabendo que nunca lerá essas palavras.

Abraços, beijos, cheiros...

Eterna K.

domingo, 7 de outubro de 2018

Sou as quatro estações



Ele parecia estar pisando em ovos ao conversar comigo.
Com seus olhos profundamente azuis, interrompeu meu pensamento, olhou para mim e disse:
- Sabe, não me leve a mal, mas às vezes acho que você é meio de lua.
Eu deitei naquela canga onde estávamos sentados e respondi olhando para o céu estrelado:
- Não amor, eu sou as quatro estações!
(Gabriella Gilmore)

Instagram: @gabygilmoreofficial
Twitter: @gabriellaclima

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Leitura nossa de cada dia #3




Eu desejo a todos que a leitura seja parte do seu dia a dia, que nossas crianças descubram o prazer nas letras e o mundo por detrás das diversas estórias contadas dentro dos livros.
Que nós sejamos grandes incentivadores da leitura e que esta geração se torne bons observadores e adultos de boas atitudes.
Bom dia amigos!!

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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

As pessoas (Conto)



Um conto por Gabriella Gilmore

AS PESSOAS

7:45 A.M

Ela não sabe ao certo se realmente receberá visita no final daquele domingo.
Catherine abre os olhos e vê que a luz da sua secretária eletrônica estava piscando. Ela tem uma nova mensagem.
Estica a mão direita para alcançar o botão play.
Beep! Você tem uma nova mensagem.
“Bom dia dorminhoca. Se quiser mesmo assistir filme comigo no final da tarde, me fale o melhor horário para eu ir até sua casa.” Beep!
Catherine ficou olhando para o teto. Logo os olhos se fecharam. Enquanto algumas pessoas não dormem, ela voltou a dormir.
As horas pareciam intermináveis. Se ela pudesse, acordaria só no final da sua vida para um último suspiro. “Oh, como viver tem me doído à alma!”
Aos olhos dos outros sua vida era perfeita.
Já havia conquistado quase tudo em tão pouco tempo.
Tinha uma carreira de sucesso. Era inteligente, bonita, da fala correta. Tinha seu próprio apartamento, seu carro e seus bichos. Visitava todo dia sua mãe. Era amada, idolatrada, e invejada. Entretanto, quem se importava? Talvez nem ela mesma dava conta do curto conto de fadas em que vivia.
“Posso dizer o horário. Preciso de ânimo para levantar dessa cama.” Pensou sonolenta. Já era quase a hora do almoço. “Nem tomei o café. Quem adiantou o relógio?”
Já era 11:45 A.M.
Virou o corpo para a direita. Soltou um gemido e apertou novamente o botão play da secretária.
Beep! Você não tem nenhuma mensagem.
“Ela não vem!”
Pegou o celular para digitar um torpedo.
“Se importa da gente remarcar o filme para outro dia? Acordei mentalmente indisposta para fazer um social.”
A resposta só foi chegar duas horas depois.
Sua amiga já estava em outro compromisso. Para algumas pessoas as horas passam.
Cate olha para o teto. Ele tem sido sua distração há meses.
O interfone toca.
Ela dá um sorriso e um suspiro. Mas era a portaria tentando testar o interfone do apartamento. Seu humor volta à cor amarela.
Depois de 40 minutos ela se arrasta para o banheiro.
Olha-se no espelho encarando as olheiras de tanto dormir.
Lava o rosto. Seca-o lentamente na sua toalha de 200 fios 100% algodão. Encara-se novamente.
Dá leve batidinhas nas bochechas na esperança de ver sangue correr naquele local.
Dá um sorriso forçado mostrando os dentes perfeitos.
Depois de escova-los resolve tomar uma ducha quente para ver se relaxava a falsa tensão.
Enquanto isso, ela pensava. Pensava de novo e de novo. Passam-se as horas, e nada acontece.
Ela esperava por uma visita que ela mesma desmarcou.
Insatisfeita.
Depois do banho tomado ela se senta em frente ao computador.
Pensou em escrever, mas àquelas horas não a permite digitar se quer um pensamento. Eles eram rápidos demais. Vagos demais.
Desligou o aparelho.
Decidiu fazer um leite quente com canela.
Ao sentar em frente à TV, ela percebeu que não tinha hábitos de assisti-la.
Termina calmamente seu leite e volta para a cama.
As horas não passavam.
Infindáveis. Fadigosas.
Ela olha para sua estante de livros e pega um exemplar de provérbios.
“Não quero ser rude, mas preciso te lembrar de que amanhã é segunda-feira. Carpe diem! Boa leitura.”
Era um recado antigo que estava escrito na página branca do título.
Pegou a chaves do carro e foi visitar as pessoas.

sábado, 1 de setembro de 2018

Leitura nossa de cada dia #2



Que setembro seja o mês onde você consiga finalmente terminar de ler aquele livro que estava parado no meio da leitura.
Incentive seu filho, seu sobrinho, seu vizinho, seu amigo a ler.
Tanto são os benefícios que a leitura nos trás.
Trabalha nossa imaginação, nosso senso crítico, nossa visão de mundo, nosso idioma, nossa escrita.
O Brasil que eu quero é aquele onde nossas crianças prefiram ganhar livros a jogos eletrônicos, ou pelo menos tenham pais que consigam equilibrar a tecnologia com o clássico.
Bom dia Introspectors!!

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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Dom Quixote - crítica literária



Desculpe amantes de Dom Quixote, mas esta critica não é sobre vocês.

by Gabriella Gilmore

Bom, eu achei o Dom Quixote uma mistura de mau gosto de Pollyanna com um paciente esquizofrênico em crise de abstinência dos remédios controlados.
Ele é um megalomaníaco, fanfarrão, que pensa que o mundo é do jeito que ele quer que seja, e se enfurece quando as pessoas não entram na sua "estória".
Ele usa dessa loucura para fazer essa aventura em sair pelo mundão “ajudando” as pessoas, viagem um tanto pretensiosa e delirante, nos mostrando o lado perigoso e flagelante da imaginação desgovernada.
Quixote se vangloria o tempo todo falando que sua missão é desfazer violências e socorrer os miseráveis, mas em grande parte da história ele está agredindo aqueles que não entram em sua fantasia, ou aqueles que o chamam de louco. (Por acaso ele é normal a ponto de ficar ofendido com a nomenclatura de maluco?)
Mostra uma inversão de valores quando na cena da conversa com o padre, que o repreende para que Quixote volte a si, para a realidade, e Quixote se defende falando que os padres não deveriam falar com as pessoas daquela forma, colocando o papel do padre como de uma pessoa preconceituosa, só pelo fato do mesmo está sendo sincero e conselheiro. Mas francamente, o padre fez mais que o seu papel em alerta-lo sobre um excesso que estava fazendo mal para o próprio Quixote, que vivia uma vida lastimável, passando fome, frio e risco de vida sem um real propósito.
Talvez uma das partes mais coerentes da história é quando o Duque resolve pregar peças em Sancho, e assim, Sancho e Quixote, provam do próprio veneno da imaginação descontrolada e autodestrutiva que é viver uma vida de fantasia sem uma finalidade, e nos passa uma mensagem de que para você acalmar um “doente mental”, você precisa dançar conforme sua música(loucura), e foi  assim que Sansão conseguiu enganar Quixote para fazer com que o mesmo voltasse para casa.
E uma pergunta eu deixo para você: O que o autor quis dizer com aquela cena final quando Quixote reconhece sua insanidade e passa a ser lúcido novamente? Por quê que é só no final de sua vida, que Quixote reconhece a imbecilidade de ter alimentado uma imaginação de forma tão degradante como ele o fez em grande parte de sua vida?
Bom, eu gostaria mesmo de tentar entender o que fez dessa história ser um clássico premiado, e quase que uma leitura “obrigatória” nas escolas. É, eu devo ser muito ignorante mesmo, pelo fato de não dançar conforme a música de uma sociedade totalmente mecanizada...

domingo, 30 de julho de 2017

Biblioteca Trem Pra Ler

Biblioteca Trem Pra ler

“Pois você trate de aprender a andar um pouco na contramão”. Disse Brenda, finalizando o nosso encontro do dia.



Brenda Pinto Borborema, 22 anos, estudante de Engenharia de Produção, é a criadora do Projeto Biblioteca Trem Pra Ler em Governador Valadares - MG. Eu tive a oportunidade de conhecê-la em uma das reuniões da Associação dos Artistas Plásticos de Valadares, quando em meio a lágrimas, divulgava o seu projeto educativo que ela vem trabalhando há alguns meses em sua comunidade. 
Eu fiquei encantada!
Depois da reunião a gente trocou telefones e logo marcamos um encontro. Eu sabia que ela tinha mais histórias para contar.
Uma menina madura, sensível, criativa e apaixonada, Brenda tem doado amor em forma de serviço voluntário a crianças e idosos do bairro Esperança.
Esse projeto tem o intuito em levar a leitura e a arte de pensar para as pessoas de forma leve, alegre e natural. Contando com um sábado sim e um sábado não, Brenda se encontra com alunos da região na praça Arnaldo Nick, em frente a cozinha e cultura Dom Caixote, e lá eles disponibilizam livros para empréstimos e também fazem rodas de leitura, sarau, e diversas atividades literárias, tudo para desenvolver e incentivar as crianças da região o amor pelas letras.
Muitos se perguntam o que esse projeto tem a ver com a Engenharia? Mas uma coisa eu te digo, a arte latente dentro de Brenda nos emociona, e nos faz enxergar uma luz lá no fim do túnel. O Brasil precisa de tantas Brendas quanto for o necessário, para doar o amor, o serviço, a arte, e essa virtude é uma raridade, e eu me sinto privilegiada de ter escutado um pouco de seus sonhos, e ver de perto o que a move em manter um projeto tão brilhante e importante como este.

Num mundo onde a gente encontra pessoas individualistas alimentando seus diversos traumas e medos, encontrar gente com essa livre e espontânea vontade de estender as mãos como uma forma de se conhecer e satisfazer uma carência... Ah! se todo mundo usasse seus conflitos para transformar sua lagarta em borboleta, o alívio seria coletivo!
Bom, eu poderia ficar aqui horas narrando o nosso encontro e a nossa aventura na "contramão" na Av Minas Gerais, mas o que eu quero mesmo é te convidar para participar do encontro na Biblioteca Trem Pra Ler neste próximo sábado, dia 05 de agosto de 2017, na praça Arnaldo Nick do bairro Esperança, às 19:30. Traga uma criança ou um idoso com você.
Nos ajude a espalhar essa inspiração, de notícia velha o mundo já segue cansado!
Um beijo!!
Gabriella Gilmore

Esse projeto é realizado pela universidade IFMG/GV, tendo como orientadora a Engenheira de Produção Thalita Rabelo Almeida dos Santos, e o coorientador Marcelo Augusto dos Anjos Lima Martins, contando com o apoio da voluntária pelo Instituto Federal, Miriam Soares Lote.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Onde está a falha na educação


Foto tirada no Espaço Cultural Nelson Mandela


Onde está a falha na educação?

Uma crônica de Gabriella Gilmore



Carmela termina seu café da manhã às pressas. Ela tinha de estar pontualmente as 9hrs na biblioteca pública para a roda de leitura com os alunos do 9º ano.

Ufa! Chegou a tempo.

O assunto era sobre Nelson Mandela.

Com um texto de 4 páginas nas mãos, os alunos tentavam acompanhar a leitura dividida entre eles,  sugestão feita pelo bibliotecário. Não funcionou.

- Quem quer começar?

Houve um breve silêncio. Depois começou as gargalhadas sussurradas. Um aluno cutucava o outro.

- Leia você! Sugeriu Américo. Ah, não quer? Então, leia você. Pediu com gentileza ao estudante ao lado. E assim foi até encontrar no meio da roda uma primeira pessoa para começar a leitura.

É assustador ver como os adolescentes de hoje são inquietos, desinteressados, infantis, tímidos e tolos. Será que o problema está dentro de casa ou dentro de sala de aula?

Carmela observava aquilo com lágrimas nos olhos.

É triste ver a falta de inspiração pela cultura assistido pelo comportamento das crianças.

Por que será que eles não gostam de ler? Isso explica sua inquietude dentro de sala?

Nisso veio um filme na cabeça de Carmela. Ela nunca aprendera a gostar de ler dentro de casa e nem dentro de sala. Nunca explicaram a ela o prazer e a alegria que uma leitura poderia proporcionar. Na verdade, ela nunca teve pais ou professores apaixonados pelo saber, pela cultura. O segredo está na paixão!! Uma vez, ela com 19 anos, conheceu pela internet uma adolescente muito sabida que tinha 14 anos, e ali, ela sentiu interesse em participar daquele mundo culto para tentar entender aquela paixão que saia de dentro de Helena, tão nova, tão agradável, tão adulta!

Carmela nunca mais conseguiu sair daquele mundo das letras.

O bochicho paralelo na roda atrapalhava a leitura, Carmela irritada, se levantou e começou a discursar.

- Senhores professores e responsáveis pelo espaço cultural. Bom dia! Peço um minuto para uma palavra.

Eles se entreolharam tentando lembrar donde surgiu aquela jovem senhora. Não a reconheceram.

- Me chamo Carmela Pinhão. Sou estudante de Letras. E estou apaixonada por estes alunos.

Em questão de segundos a roda silenciou-se e olharam para ela.

- Estou aqui admirando a beleza e juventude de todos vocês. E imaginando quantos meninos e meninas brilhantes vamos ter daqui uns anos. Aposto que temos aqui ótimos jogadores de futebol, músicos, dançarinos, poetas, pessoas que gostam de ajudar os outros, e leitores entusiasmados. Aposto que tem!! Mas por que vocês estão tímidos e ansiosos em participar dessa rodinha de leitura? Olha! Eu não sou melhor que vocês. E nem os professores ali sentados naquela enorme mesa quadrada. Somos tão bons quanto vocês. Vamos imaginar um corpo e suas partes. Os pés é parecido com os rins? E os braços com os olhos? São bem diferentes né? Mas eles fazem parte de um corpo, e cada um tem sua especialidade, tem o seu talento. E aqui nessa roda todos nós somos úteis e inteligentes, e é por isso que precisamos nos unir e interagir uns com os outros, para que tudo funcione prazerosamente. Eu ainda estou tentando entender por quê que vocês se olham e ficam rindo. (Carmela começou a rir. Logo a turma também).

- Tá vendo? Deixe a tensão para as pessoas rabugentas. Aposto que aqui não têm rabugentos.

Pessoal, a leitura é mágica. Não sei se já te falaram isso. Mas ela é tão completa, que deixa a gente dependente, você acredita? Com a leitura a gente consegue viajar sem sair de casa. A gente melhora a nossa escrita. A gente consegue conversar com pessoas diferentes e deixar marcas. A gente melhora o nosso conhecimento e a ansiedade diminui. Não acredito que nunca falaram isso para vocês. E digo mais: criar esse hábito de leitura pode começar conosco. Eu sei que temos pais que às vezes não tem tempo para nós, mas começar a fazer uso da leitura é igual a experimentar pratos diferentes. Quem gosta de ir a restaurantes diferentes?

(Todo mundo levantou as mãos).

Pois é exatamente isso que acontece conosco quando a gente inclui o hábito da leitura na nossa agenda.

Não estou dizendo que você vai deixar de jogar vídeo game ou mexer no celular, você só vai incluir mais uma coisa na sua rotina. E para começar, escolha um personagem ou um assunto que você adore. Aposto que quando começar, não vai querer parar mais. Porque vai gerando aqueles links relacionados, assunto com assunto, dai o conhecimento nos mostra como ele é infinito. Hey você! Todo ralado nas pernas!! Chamou Carmela o jovenzinho na roda. Aposto que caiu de bicicleta né?

- Foi sim tia, como sabe?

- Ah, eu chutei ahahaha Você pode começar a ler sobre ciclistas famosos e aqueles que fazem atividades radicais na bicicleta. O que acha? Quem sabe você também não queira ser como algum deles um dia! Ou criar alguma modalidade diferente?

Os alunos se olharam, e Carmela encerrou o discurso.

- Quem quer continuar a leitura? Perguntou uma das professoras responsáveis pelo grupo.

Todos levantaram as mãos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Comentando C.S.Lewis



Sobre "O problema do sofrimento".

Antes de tentarmos entender a questão do sofrimento, precisamos voltar em alguns assuntos como: Deus e a sua onipotência, sua bondade, a queda do homem, e outros links.
“Se Deus fosse bom, Ele desejaria tornar Suas criaturas perfeitamente felizes, e se fosse todo-poderoso, seria capaz de fazer o que quisesse. Mas as criaturas não são felizes.” C.S Lewis iniciando o pensamento sobre o nosso tema.
Às vezes penso que é um pouco difícil não concordar com esse pensamento, porém precisamos entender que Deus não nos criou para sermos robôs. Sendo assim, nos presenteou com o livre arbítrio. Uma vez li no facebook que “Deus não decide por nós, Ele age conforme a nossa decisão”. E isso afirma o quanto somos responsáveis pelos nossos atos, sem esquecer de que ele pode ter reflexo por diversas gerações.
Quando se fala que Deus é bom, muitos torcem o nariz. Mas se formos parar para listar o caráter de Deus, a bondade faz parte da natureza Dele, algo que nos difere do Onipotente. O ser humano será incapaz de compreender tamanha pureza, bondade, misericórdia que emana  do Criador. Ser bom, não é apenas agradar todo mundo. Vai além. Um pai quando priva o filho de algo que naquele momento não fará bem para a criança, ele não está sendo ruim, ele está sendo amoroso. As analogias entre Deus e o pai terreno são bem parecidas, porque quem ama de verdade sabe dizer não, sabe projetar uma atitude futura para trabalhar com a prevenção.
“Deus dá aquilo que tem, e não o que não tem. Ele dá à felicidade que existe, não a felicidade que não existe”. Portanto, Deus não nos dá o sofrimento porque isso não faz parte do Seu ser.
Muito se fala sobre a maldade humana, porém, o ser humano foi criado sem maldade, ele foi criado à imagem e semelhança de Deus, contudo, com a desobediência, perdemos esses atributos, e passamos a carregar a selvageria dentro de nós, e consequentemente passamos a viver no prejuízo.

A queda do homem
Com a desobediência do primeiro casal que é citado na Bíblia, todo e qualquer privilégio de criaturas perfeitas e tranquilas caíram por terra. O homem teve de aprender a trabalhar com sua força e suor para ganhar o seu “pão”, a mulher teve de ser submissa e sentir a dor do gerar outro ser, dentre outros juízos que vemos e sentimos por ai. Isso é natural, visto que houve abuso da liberdade. Tenho por mim, que pessoas sem limites e "donas" de si demonstram uma falsa felicidade. O homem é incapaz de cuidar de si próprio, afinal, ele tem um ser superior que zela por ele, independente da sua aceitação. Lembrando que isso não isenta os seus detrimentos ao fazer más escolhas e repetindo as palavras de C.S.Lewis “O homem como espécie arruinou a si mesmo”.
Acho que estamos quase lá quanto ao problema chamado “Sofrimento”.
“O sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo”.
Muitos questionam o porquê de tantas guerras, desgraças e fomes, de preferencia nos países europeus e asiáticos.  Precisamos nos atentar que foi o ser humano, e não Deus, que produziu torturas, açoites, prisões, escravidão, armas, bombas... Como covardia, numa forma de “preservação”, nos isentamos da culpa colocando o Criador como o monstro do lago negro.
Quando Lucas escreve para os gregos sobre amar o próximo como a si mesmo, revela ali uma fórmula para se viver bem e sem guerras. Marcos escreve o mesmo, assim também Paulo, e o que é que a nossa natureza miserável preferiu fazer? Nem preciso dar a resposta. Por isso vem àquela questão de aceitar o Salvador como o norte. Pessoas sem direção conseguem fazer tudo errado.
Acho que vocês já perceberam como é difícil pensar em Deus quando tudo está ótimo. “Temos tudo o que queremos”, mas esse tudo não inclui o Criador. “Deus quer nos dar algo, mas não pode, porque nossas mãos estão cheias. Se Deus fosse orgulhoso, Ele dificilmente nos aceitaria em tais condições. Contudo, Ele não é, por isso se curva para conquistar e nos aceitar, mesmo que tenhamos demonstrado que preferíamos tudo exceto a Ele e que nos voltamos a Ele por não haver nada melhor à disposição”.
Fica claro que o problema real não é por que algumas pessoas humildes, piedosas e crédulas sofrem, mas sim o por que de algumas não sofrerem. Costumo dizer que o adversário de nossas almas não atormenta aquele que já o pertence. Muito pelo contrário. Quem está debaixo da lei de Deus, esse sim é perseguido.
O homem não foi o primeiro da criação a se rebelar contra o Criador, mas que algum ser mais antigo e mais forte se tornou apóstata e agora é o imperador das trevas, e mais uma vez o mal advém do abuso do livre-arbítrio.  Em algumas passagens no livro Sagrado fica explícito a atribuição das doenças em nós por Satanás. (Ver Lucas 13.16). E como é que uma pessoa dá uma abertura para o adversário tomar posse? Acho que eu também não preciso responder a esta questão.
Pois então, apesar de existir milhares de vertentes explicando o sofrimento, cabe a nós relacionar cronologicamente as bases, e assim fazer paralelos, conectando o que é do que não é coerente. Sigamos firmes e conscientes de que tudo tem uma explicação, sem nos esquecermos de que a maturidade espiritual é algo pessoal e que o tempo nos revelará todas as coisas.
Saúde!

(Dedico este texto para Layane Crispim)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O clube do livro - Café aux lettres

Bom dia Leitores!
Estou muito contente pelo fato de finalmente ter conseguido montar um Clube do Livro.
Muitas pessoas já tiveram problemas em participar de Clubes que não consegue ir adiante por vários motivos, e um deles é a escolha dos membros e títulos.
É óbvio que as pessoas têm gostos diferentes, mesmo que sejam amigos, e é ai que está à questão.
Uma pergunta: Como foi que vocês escolheram os membros e os títulos? Contem para mim.
No nosso caso, a escolha dos participantes foi meio que natural. Já faz mais de um ano em que procuro amigos que compartilham o desejo da leitura seguida de discussão, e ao comentar com uma amiga do curso de francês, ela super topou. Nos dias seguintes, fiz uma reuniãozinha atoa em casa, e chamei mais duas amigas, e papo vai, papo vem, comentei sobre estar precisando de mais duas pessoas para fechar o clube, e foi instantâneo. Ou seja, não rolou pressão. As participantes estão no Clube porque gostam da ideia e consequentemente terão compromisso com as reuniões.
O próximo passo foi separar os temas no qual sugeri Filosofia, Psicologia, Literatura Nacional e Internacional. (Seu grupo deve escolher temas que vocês tenham habilidades e interesses em discursar). Depois cada uma escreveu um título de cada tema, no qual foi revelado ontem na Livraria Cultura. Sorteamos os livros e depois sorteamos um exemplar para cada uma ficar responsável pela apresentação principal no próximo encontro. A cada final de mês reuniremos para debatermos sobre os temas.
O que eu acho interessante em Clubes assim seja de Livro, Cinema, Poesia, Música, é o fator filosófico e pedagógico da coisa. Sim. Nesses encontros, existem diálogos em comuns, assuntos nos quais enobrecem a alma do ser humano, e nos alimentamos de palavras enriquecedoras, ideias inspiradoras e pessoas com pensamentos diferentes ou iguais aos nossos, começando pelo autor dos livros e terminando com cada membro do grupo. E a Pedagogia está acoplada no momento em que o responsável da leitura da vez preparará uma íntegra sobre o livro responsável e apresentará não só algo sobre o autor, mas como as mensagens ali escritas e curiosidades.
Bom, agora vou dividir com vocês a nossa listinha.

1º Perto do coração selvagem - Clarice Lispector (Gabriella Lima)

2º O palácio da meia noite - Carlos Ruiz Zafon (Karla Karine)

3º O mundo como vontade e representação - Arthur Schopenhauer (Roberta Carneiro)

4º Mentes inquietas - Ana Beatriz Barbosa Silva (Marcia Raulino)

Estamos todas muito ansiosas para ter a primeira discussão. Uma outra dica legal é vocês fazerem os encontros em lugares diferentes, seja na casa dos membros ou em lugares públicos, praças, livrarias.

Boa leitura!