sábado, 28 de setembro de 2013

Nonsense se faz necessário

Comecei ontem a re-estudar Clarice para a discussão no Clube do livro "Café aux lettres", que será no final de outubro sobre o livro Perto do coração selvagem. Fiquei louca quando o título que sugeri foi sorteado, e de presente, as companheiras deixaram eu ser a patrona da vez.
Costumo ser ainda mais caprichosa e atenciosa quando o autor me seduz. Clarice me ganhou até mesmo antes deu conhecer seus textos. Como muitos de meus pensamentos são "nonsense", decifrar a autora para mim é prazerosíssimo e divertido. Rio muito com suas palavras.
Comentei com uma membra do grupo que antes do Clube se concretizar, eu queria mesmo era fazer um Clube de leitura da Clarice Lispector. Ponto. Mas aonde eu encontraria só amantes dela? 
Lendo o livro La cantatrice chauve de Eugène Ionesco na oficina de teatro do curso de francês, a gente se depara com os textos de Teatro Absurdo. Até então, você pensa naquele monte de palavras sem noção, desconexa, e inútil, mas como disse André Le Gall, biógrafo de Eugène Ionesco, "Não é porque não compreendemos uma coisa que ela é absurda".
As notas de nonsense, quando sustentadas ao longo de muitas páginas nos livros de Clarice, têm um efeito inquietante, hipnótico, porém é uma parte que existe dentro da gente que nós ignoramos, mas ela sempre esteve lá.
Nonsense se faz necessário.
Ler Clarice é dar importância às coisas que a gente deixa passar só porque achamos insignificantes.
Portanto, companheiras do Clube, e amantes de C.L, a dica que deixo para lê-la é: Leia!
Deixe ela entrar.
C'est tout.

Beijo no coração e bom sábado.

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