domingo, 14 de agosto de 2011

Uma paixão chamada Clarice.




É difícil explicar algumas emoções.
Hoje perguntei para um amigo se há alguma coisa que quando ele vê, se emociona. Primeiramente ele não entendeu. Tentei explicar dando meu exemplo: “Eu choro quando vejo fotografias de uma autora que sou apaixonada”. Ele riu. Às vezes acho que sou uma manteigona de plantão, porque até algumas propagandas de TV conseguem me tirar lágrimas. Engraçado.
Estou lendo a biografia da escritora Clarice Lispector que um biógrafo americano escreveu. Benjamin Moser viajou pelos quatro cantos do mundo onde Clarice esteve para colher material para o livro. Depois de cinco anos de estudos sobre a autora brasileira, ele conta passo a passo como a família russa veio chegar ao Brasil e como Clarice veio se tornar esse mito que hoje é estudado em vários países.
Antes de saber de algumas informações íntimas dela, eu não conseguia entender o porquê de sua melancolia, e o fato de seus textos serem tão introspectivos. Até certo momento da leitura eu ainda achava que ela não tinha motivos o bastante para viver em função de um trauma no qual ela sofreu nos primeiros meses de idade até pouco mais de 2 anos. É natural a gente esquecer com o tempo, mas tamanha circunstancias e o genes, parece não ter ajudado muito.
Eu me identifico muito com ela e seus infinitos personagens em alguns momentos da sua escrita. Ela é o tipo de mulher que só de abrir a boca, ou você confessa que se apaixonou, ou confessa que odeia amá-la. De dois um.
Seus textos são loucos? Sim. Às vezes desconexos, mas é ai que a curiosidade sobre essa “esfinge” nos assola.
Alguns livros são cansativos. Outros inalcançáveis para uma primeira leitura. Eu poderia sugerir para os leigos lerem algumas de suas crônicas e pensamentos. Então, absorver a excentricidade de seus livros é para PhD? É, pode ser. É uma viagem pelo interior da mente brilhante de várias pessoas que estão escondidas por ai. Contanto que você queira, queira muito embarcar numa viagem mística, conheça a Joana, a Lídia, a Virginia. Tantas mulheres que juntas são Clarice, nada mais nada menos, Clarice.
E essa Clarice sou eu, é a sua mãe, sua avó, sua pior amiga, Clarice é você.
Desculpa essa overdose de Clarice, e confesso que ando produzindo pouco menos, pois a mente anda correndo para sugar o que puder dessa mulher que tanto causou em sua época.
Te faço um convite para descobrir um pouco sobre ela também. Descubra-se.

Ótima semana pessoal!

Um comentário:

  1. Parabéns pela linda e merecida homenagem expressa em sua emoção a Clarice Lispector. Sei o quanto Ela envolve seus fãs numa inexplicável mistura de abstração, singeleza e experiência vivida. O primeiro texto que li de Clarice foi "Felicidade Clandestina". Embora não seja minha outora diária, adimiro profundamente a forma com que Ela prende o leitor em suas "teias literárias", e este texto que mencionei fez isso comigo à primeira leitura. Você realmente tem muito de Clarice, e isso prova através do prazer que tem em escrever, principalmente as crônicas, que mais parece um diário particular, e perticularmente adoro.

    Mais uma vez, PARABÉNS, Baby!

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