sábado, 21 de março de 2009

Resenha - Morro dos ventos uivantes


Morro dos ventos uivantes – Resenha

Considerado um dos clássicos da literatura inglesa, Wuthering heights (Morro dos ventos uivantes) de Emily Brontë, faz jus ao título.
Nesta novela narrada por duas pessoas, (o Sr. Lockwood, o futuro inquilino de Heathcliff e a ama Ellen Dean, que assume a narrativa no decorrer da trama, ao relatar ao locatário todo o drama vivido naquelas terras).
Tudo começa quando Sr. Earnshaw traz um menino de rua como “presente” para sua filha Catherine, ao voltar de sua viagem a Liverpool.
Como o Senhor estava se afeiçoando mais ao seu filho adotivo do que seu legítimo Hindley, faz com que o adolescente gere um ciúme e revolta excessiva, descontando tudo depois com o falecimento dos pais.
Heathcliff e Catherine cresceram juntos, se amando e até mesmo respeitando o temperamento difícil de ambos, afinal, Catherine era muito ativa, espontânea e dual, algo que mais adiante foi motivo para prejudicar na relação entre eles. Porém Heathcliff era mais calado, sombrio e vingativo. Aproveitou muito da confiança de seu pai, para assim fazer chantagens a Hindley. Prova disso foi o ódio que ele cultivava do irmão emprestado.
Em uma de suas andanças pelos arredores de Wuthering heights, o casal resolve chegar próximo à casa dos Lintons. Na fuga de volta para casa, Catherine se machuca e logo é resgatada pelos empregados dos Lintons e levando-a para casa, resolvem tratar de seu ferimento.
Heathcliff retorna ao Morro e avisa do acontecido.
Passam-se umas semanas, ela volta mais polida e educada e ali encontra seu amigo sujo e ainda mais amargurado, afinal, ela o abandonou sem mandar um recado.
Com o decorrer dos dias, Catherine foi ficando mais íntima dos irmãos Edgar e Isabella Linton e acaba aceitando seu pedido de casamento.
Ao contar a novidade para sua ama Ellen Dean, ela confessa seu amor eterno por Heathcliff, falando que ele é mais ela do que ela mesma. Que não sabe do que são feitas as almas, mas tem a convicção de que ambas são iguais, mas que se casando com Heathcliff, seria o mesmo que se degradar e ela casando com Linton poderia de alguma forma ajuda-lo.
Mal sabia ela o caos que estava fazendo a enganar o próprio coração.
Em algumas vezes na trama você quer sufocar Catherine por não ter escutado a voz interna e por ter se casado com Edgar por vaidade.
Outras vezes você quer estrangular Heathcliff por ser tão amargo e vingativo, pois foi levando adiante uma vingança lenta e fria, sacrificando até mesmo a segunda geração.
O interessantíssimo da história, é que é quase impossível você julgar ou tentar achar um culpado por toda aquela desgraça amorosa. E ainda acredito que este foi a grande chave de todo o sucesso da autora Emily, afinal, seus primeiros escritos foram recusados por várias editoras.
Eu ficaria aqui horas relatando os pontos marcantes, não só na história, mas como também da trajetória de vida da autora, que morreu aos 30 anos, sem mesmo ter se casado, mas que conseguiu relatar um amor tão bonito, tão profundo, mesmo que reprimido.
E a mensagem que ela quer nos deixar é para que não silenciemos nossos corações, porque amor é como um sopro de vida, e só acontece uma vez, se você finge não escutar, desfalece aos poucos, e as conseqüências são lentas, porém por demais dolorosas.

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Texto também postado no Recanto das letras
http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdelivros/1498902

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