domingo, 21 de julho de 2013

Someday, someday, maybe.


GABI INDICA?

Someday, someday, maybe, é o livro de estreia da atriz Lauren Graham que protagonizou por anos na aclamada série Gilmore Girls, “Tal mãe tal filha”.  Ver post: http://introspectors.blogspot.com.br/2011/04/tal-mae-tal-filha-gilmore-girls.html
Sempre admirei muito os textos da criadora da série (Amy Sherman Palladino) e muito mais a atriz Graham por interpretar tão bem a faladeira, adorável e inspiradora personagem Lorelai Gilmore. Quando fiquei sabendo deste outro dote dela, eu precisei conferir.
O livro, ainda sem tradução em português, conta a história de Franny Banks, uma jovem iniciante atriz, que tenta sobre pressão própria, estipulando um prazo de três anos para sua ascensão, a carreira no teatro e televisão em Nova York. Ali você confere sua rotina de testes, trabalhos extras para conseguir se manter em NY, propostas de trabalhos que não era do seu perfil, e romances. Para quem tem sonhos com a Broadway ou estar estampado nas telinhas, a história pode te agradar.
Você tenta encontrar mais desafios que uma possível iniciante nessa carreira extremamente competitiva e muitas vezes “comprada”, pode deparar, mas a suavidade de Lauren deixa os primeiros capítulos bem chatinhos. Confesso que se não fosse por ela, eu não teria conseguido ir até o final da história.
Sabe quando você espera por algum suspense, curiosidade para que possa continuar sedenta por ler o capitulo seguinte? Pois bem. As primeiras páginas faltam combustíveis. Isso para amantes de leitura que buscam títulos sem se importar com o nome do autor chega a ser um grande perigo.
Com alguns clichés e personagens que me lembraram de personagens já existentes, o sonho de Franny bem adocicado, e a pegada autobiográfica, consegue nos segurar até o final. Quem não gostaria de conhecer o começo da carreira de seu ídolo recém-escritor?
Mesmo com grande falta de frases de efeito, dessas em que a gente acha genial e sublinha com marca texto, o seu debut é bem charmoso, e eu indico sim.

Amigo é coisa...

Texto especial para Thiago Marlon e Deysi Monte Alto.

Sabe quando você está com aquela mega, blaster, ultra, hiper saudade dos amigos de infância e do colégio? Ontem tive o prazer de prosear um monte com um parceiro de textos e som musical. Admirá-lo e ser também admirada, mesmo que por telefone, foi de grande alívio para mim, que passou o sábado todo melancólica. Aproveitando essa onda gostosa de carinhos, hoje fiquei sabendo que uma grande amiga vai ser mamãe!
Papo ia e vinha, e comentei o fato de sentir saudade do humor contagiante dela, e soltei que há uns oito anos, eu perdi a ligação com aquela Gabi engraçada e bem humorada que existia. Falei que ando com pessoas tão cultas, que chegam a ser deprimidas.
O conhecimento demais às vezes sufoca a gente, e mascara o nosso verdadeiro eu.
Ela pediu, por obséquio, que eu largasse essas companhias, porque depressão alheia também pega, explicando assim a minha mudança (?).
“Mas pessoas problemáticas e da mente brilhante me atraem (...) e essa vontade de ser psicóloga, e aproveitar o dom que tenho de aconselhar e entender intuitivamente o comportamento alheio...”
Sim, Deysi, eu preciso filtrar as coisas que me entram. E concordo com você que não a nada de mal nesse meu “dom”. É uma benção e o truque é não absorver a coisa “ruim” dos outros.
“Então porque você não volta pra casa?”
O fato de eu não conseguir montar um grupo de amigos aqui, é algo que eu posso mudar ou conquistar aos poucos, mas modificar a cidade no qual me oprime é impossível. Seria regressão demais para minha cabeça voltar para GV.
Se eu pudesse, e o dinheiro desse, rs, eu montaria uma colônia aqui de mineirinhos iluminados e cheios de amor. Oh, que sonho! Mas vai que cola?! Hoje o que me resta é só sonhar... e escrever, ler, tocar, desmanchar... amar de longe.

Amo vocês.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Meu livro em PDF

Bom dia leitores!!!
Venho com uma novidade e meia.
Acabei de disponibilizar O diário idiota de Rafaela na versão PDF, mais prática e econômica, atendendo aos pedidos por e-mails e twitter.
Estou super feliz!!!!
Segue abaixo o link para sua aquisição:
https://clubedeautores.com.br/book/148178--O_diario_idiota_de_Rafaela

Em breve, o mesmo, estará disponível na versão em inglês. A tradução já está sendo feita por Julianna Theodoro. (Obrigada Juh, pela parceria).

E você, corre lá no portal e adquira o seu exemplar hoje mesmo!!!
BEIJOSSSS!!!!
Bom final de semana pessoal.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Complicada e perfeitinha.

Nessa semana tirei um dia para faxinar o quarto e a mente.
Tinha uma parte do meu espaço que eu vinha evitando há meses.
Dentro daquela caixa havia muitas cartas. Palavras minhas que retornaram. Palavras cheias de amor.
Rasguei todas elas. Pensei que não fosse aguentar. Aquele ato foi levemente pesado, mas sobrevivi.
Na minha inocência, cheguei a pensar que pessoas não podiam ser substituídas. Mas elas podem. E com o passar dos anos, pessoas entram e saem da sua vida, assim, do nada. Algumas saem como se fossem estranhos, outras deixam lembranças, saudades e outras poucas não farão tanta diferença.
Me dei conta de que comecei a esquecer daquela dor, quando encontrei algo para colocar no lugar daquele buraco que ficou no meu coração.
Essa flor vermelha que tenho cultivado, me trouxe de volta aos textos e a música.
Infelizmente a substituição nunca será igual a anterior. Às vezes vêm melhores, outras, pior. Dai eu escrevi: Eu quero você até eu encontrar alguém que me queira como eu te quero.
Você que está me lendo agora, se algum dia passou por isso, ou se vier a passar, não desista de plantar flores no coração, mesmo que esteja vazio por algum momento. Muitas coisas surgem nas nossas vidas por algum motivo. Não as descarte. Abrace-as. Seja feliz com as coisas como elas são. Descomplica-se!

domingo, 14 de julho de 2013

AS PESSOAS



5:45 A.M

Ela não sabe ao certo se realmente receberá visita no final daquele domingo.
Catarina abre os olhos e vê que a luz da sua secretária eletrônica estava piscando. Ela tem uma nova mensagem.
Estica a mão direita para alcançar o botão play.
Beep! Você tem uma nova mensagem.
“Bom dia dorminhoca. Se quiser mesmo assistir filme comigo no final da tarde, me fale o melhor horário para eu ir até sua casa.” Beep!
Catarina ficou olhando para o teto. Logo os olhos se fecharam. Enquanto algumas pessoas não dormem, ela voltou a dormir.
As horas pareciam intermináveis. Se ela pudesse, acordaria só no final da sua vida, para um último suspiro. “Oh, como viver tem me doído à alma!”
Aos olhos dos outros, sua vida era perfeita.
Já havia conquistado quase tudo em tão pouco tempo.
Tinha uma carreira de sucesso. Era inteligente, bonita, da fala correta. Tinha seu próprio apartamento, seu carro e seus bichos. Visitava todo dia sua mãe. Era amada, idolatrada, e invejada. Entretanto, quem se importava? Talvez nem ela mesma dava conta do curto conto de fadas em que vivia.
“Posso dizer o horário. Preciso de ânimo para levantar dessa cama.” Já era quase a hora do almoço. “Nem tomei o café. Quem adiantou o relógio?”
Já era 11:45 A.M.
Virou o corpo para a direita. Soltou um gemido e apertou novamente o botão play da secretária.
Beep! Você não tem nenhuma mensagem.
“Ela não vem!”
Pegou o celular para digitar um torpedo.
“Se importa da gente remarcar o filme para outro dia? Acordei mentalmente indisposta para fazer um social.”
A resposta só foi chegar duas horas depois.
Sua amiga já estava em outro compromisso. Para algumas pessoas as horas passam.
Cacá olha para o teto. Ele tem sido sua distração há meses.
O telefone toca.
Ela dá um sorriso e um suspiro. Mas era a portaria tentando testar o interfone do apartamento. Seu humor volta à cor amarela.
Depois de 40 minutos, ela se arrasta para o banheiro.
Olha-se no espelho, encarando as olheiras de tanto dormir.
Lava o rosto. O seca lentamente na sua toalha de 200 fios 100% algodão. Encara-se novamente.
Dá leve batidinhas nas bochechas na esperança de ver sangue correr naquele local.
Dá um sorriso forçado, mostrando os dentes perfeitos.
Depois de escova-los, resolve tomar uma ducha quente para ver se relaxava a falsa tensão.
Enquanto isso, ela pensava. Pensava de novo, e de novo. Passam-se as horas, e nada acontece.
Ela esperava por uma visita que ela mesma desmarcou.
Insatisfeita.
Depois do banho tomado, ela se senta em frente ao computador.
Pensa em escrever, mas àquelas horas não a permite digitar se quer um pensamento. Eles eram rápidos demais. Vagos demais.
Desliga o aparelho.
Decide fazer um leite quente com canela.
Ao sentar em frente à TV, ela percebe que não tem hábitos de assisti-la.
Termina calmamente seu leite, e volta para a cama.
As horas não passavam.
Infindáveis. Fadigosas.
Ela olha para sua estante de livros e pega um exemplar de provérbios.
“Não quero ser rude, mas preciso te lembrar de que amanhã é segunda-feira. Carpe diem. Boa leitura.”
Era um recado antigo que estava escrito na página branca do título.
Pegou a chaves do carro, e foi visitar as pessoas.

sábado, 13 de julho de 2013

As horas

Uma vez, uma escritora inglesa disse que devemos escrever sobre tudo. Independentes se serão lidas ou não. Boas ou não. Alegres, triste, ou não. Registre tudo. Um dia ela te servirá para algo.
Essa mesma autora me fez enxergar a morte como um recomeço, quando ela decide matar o poeta em Mrs. Dalloway.
Com a morte você passa a valorizar mais a vida.
Antes que isso te aconteça, valorize suas horas.


As horas

Visto um casaco pesado, com largos bolsos.
Nesse frio, sigo em direção a um rio que desagua num oceano.
Encho os bolsos com pedras.
Eu sei nadar. Meu corpo leve, boia. Ele pode boiar.
As horas. Àquelas horas...
Esperando você me procurar, te escrevo uma carta.
Mãos tremulas. Geladas. Ansiosas.
Minutos me aproximam daquelas horas.
Sinto meu sossego chegar, e eu no fundo daquele mar...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Aos formandos (Pedagogia 2013)



fotos: Turma de Pedagogia e minha visita a turma em fevereiro de 2013.

O texto de hoje é uma homenagem a minha eterna turma de Pedagogia.

Foi no final de 2009, quando voltei de Campinas e decidi fazer vestibular para entrar na Univale, para assim ocupar minha mente que estava com depressão pós São Paulo.
Eu queria muito cursar Psicologia, mas a grana estava curta, e como meu interesse no “estudo da alma” era algo voltado para o preventivo e com trabalho infantil, achei que Pedagogia não seria tão contra mão. E não foi.
Em 2010, o ano em que estive com a galera do curso, foi extremamente especial e muito importante. Aprendi muito sobre minhas limitações, e vi que ainda sou exageradamente tímida quando se trata de falar em público, mesmo tendo esse jeitão descolado e doidão, eu ainda não perdi o medo de “palco”.  Conheci os fundamentos da educação e muita coisa ligada a ela. Virei “discípula” de uma professora que tinha praticamente a nossa idade, porém uma sabedoria de gente grande. Ela me inspirou e ainda me inspira, e não é atoa que ela foi a titular da turma.
Mas por uma força maior, ou algo do destino, eu tive que interromper esse sonho de graduação, porém nunca deixei de sonhar com o sucesso dos meus colegas que ficaram lá para lutar por seus sonhos, e indiretamente pelo meu também.
Fiz uma grande amiga, e ver o seu esforço para se manter na universidade me comove, e até hoje sinto o maior orgulho dela. Na verdade, tenho muito orgulho de todos, por terem chegado até o final.
Queria muito poder estar presente, mesmo que fosse para assistir a formatura, mas cá estou, na capital, lutando por outro sonho. (Isso que dá ter alma desgarrada e sonhos que não cabem em um saco só).
Recentemente fiz um teste vocacional, e tudo me leva de volta a Pedagogia. De volta a vocês. Mesmo que eu esteja um pouco atrasada, pois estou tentando trabalhar outros lados da minha vida, mas essa partezinha de Valadares ainda me pertence, e ei de concluí-la. E lá estarão todos vocês, que para sempre serão minha eterna turma.
Quero desejar a todos vocês uma linda graduação. Que tudo seja mágico. E meninos e meninas, arrasem!! Continuam fazendo a diferença. Porque na minha vida, vocês já deixaram uma marquinha.
Um forte e emocionado abraço!

Gabriella Lima

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Brasília, sua linda!



Uma vez li um texto de Clarice falando sobre a capital. Eu ainda morava nas Minas Gerais, e só conhecia BSB pela TV e por um breve momento que estive aqui em 2001, ainda adolescente.
Fiquei tentadíssima para escrever uma crônica falando do que tenho achado desta cidade tão excêntrica e tão única.

Brasília é uma cidade para se conhecer em um passeio turístico e com um guia que saiba com detalhes cada monumento que ela possui. Nem mesmo os nascidos ou criados aqui sabem o tesouro cultural e de inteligência que ela tem. Depois disso, tire mais ou menos um mês de férias para você continuar a entender suas quadras, superquadras, tesourinhas e vias de acesso como W3 sul/norte, L2 sul/norte. Quem? Pois é.
Nos primeiros meses eu fiquei de cabeça doendo.
O clima seco, juntamente com suas ruas sem nome incrivelmente iguais uma das outras, me deixavam louca. Depois fui percebendo que esta culta cidade é lógica matemática pura. Me apaixonei.
Em seis meses eu já conseguia me deslocar aqui com mais facilidade e até comecei a sentir saudade de como é se perder.
Uma vez, tive crise de pânico dentro de casa no Cruzeiro. Precisei sair para a rua para descarregar a explosão de energia que brotava de dentro de mim. Peguei Matilda (minha Caloi) e fui correr dentro do bairro. Em uma hora eu rodei três bairros.
Não me perdi.
As quadras por terem sequência numérica facilita a vida dos brasilienses/candangos/aventureiros.
A única coisa que me faz perder por aqui é o seu céu.
Quase sempre limpo e muito azul, você consegue nadar nele sem ficar com os olhos vermelhos e de cabelo duro.
O nascer do sol é estupendo. O céu começa num laranja clarinho até ficar azul bebê. A grama verde que tem por toda a cidade, monta perfeitamente a bandeira do Brasil.
Para quem nunca viu um céu rosa ou lilás escondido no rosa, pode esperar o por do sol para você entender o que estou falando. Não. Eu não uso drogas.
Na noite, você estica as mãos e rouba uma estrela. E a lua com sua sedução toda te engole num piscar.
Cidade da natureza.
Às vezes acho que há uma cidade dentro de um parque, e não ao contrário.
Comecei a fazer coleção de árvores aqui. São tantas, tantas! Nunca consegui fotografar todas, e nem vou.
Brasília é tão astuta que às vezes fico com vergonha de mim.
Eu ando em algum lugar e me deparo com um concreto aparentemente sem explicação, mas sei que se eu tivesse escutado melhor o guia turístico lá no início desse texto, eu entenderia. Porém acho que o mistério dessa cidade está nisso, em te deixar absorta.
BSB tem uma coisa de que não acho graça. O povo e a comida.
“Ow, me vê um prato típico de Brasília?” Ixxi, não tem. “Qual é o sotaque do brasiliense/candango?” Abafa que também não tem.
Aqui você vê muito nordestino, goiano, mineiro, e outros. Brasiliense que é bão, nada.
Você só consegue ter contato com eles no trabalho. Fora isso todo mundo some. Nunca consegui pegar uma caneca de açúcar com minha vizinha do prédio. Será que vive alguém ali mesmo?
As pessoas aqui devem ter medo de gente. Só pode.
Entretanto Brasília é moderna e ousada, apesar de ter essa população fechada e individualista. É quadrada, às vezes oval, de concreto e cimentada. É Nova Orleans, Paris e Saturno. É um museu de arte contemporânea em área aberta. É logica, e nos ensina a caminhar um pouquinho, justificando aqui seus “quarteirões” enormes e distantes um dos outros. Foi inspiração de vários artistas e ainda tem mexido com muita gente, perpetuando-se. É Brasília, sua irreverente! Sua linda!!!