A questão
nacional da América Latina
Por Gabriella Gilmore
Quando se fala
em formação da sociedade nacional latino americana, logo nos vem à mente as
grandes conquistas, e consequentemente, nos voltamos para as lutas e guerras
travadas para que aquelas vitórias fossem alcançadas.
Por trás de todo
movimento existem almas de mentes inquietas, de espíritos revolucionários, que
sentem uma enorme necessidade de mudar sua realidade, pois não concordam com as
injustiças de seu tempo. O pensamento Iluminista de que o homem nasce livre,
mexe com os pensamentos daqueles que compreendem esta ideia e ao olhar para
fora, vê que ela não se aplica a “realidade”. Assim, governos que foram
formados debaixo de absolutismos, colonialismos, ditaduras, soaram um tanto desonesto
para os grandes nomes responsáveis pelas lutas de libertação.
Um grande
desafio quanto a essas lutas, era identificar quem seriam os seus
participantes, afinal, a América Latina tem uma formação mestiça, onde muitos
ainda não sabem bem o que são e qual identidade os definem. Sendo assim, as
pessoas acabam sem saber em quê e o por que de lutar. Lutar para quê? Pelo quê?
Os estrangeiros passaram a se tornar
nativos, portanto, passaram a lutar pelo seu país de nascimento, e não o país
de seus antepassados. E assim, “o território e o povo formam-se nessa história”.
(Octavio Ianni). Porém, não podemos deixar de pensar as desigualdades que são
formadas nesse meio tempo, onde a divisão ocorre por todos os lados, seja ela
regional, racial, financeira, cultural, e fica uma pergunta: qual é o real motivo
para tantas “classes e castas”? Se pensarmos a História apenas como
consequência da Política, o que essa instituição ganha em repartir as pessoas
desse jeito?
Uma vez independentes, ainda fica o
sentimento de despertencimento, pois muitas são as heranças, e cada grupo quer
levar a sua adiante, e a pergunta volta a pairar na mente coletiva: qual é de
fato a minha origem?
O mundo sendo
movido debaixo de preconceitos e rótulos, as pessoas ao invés de se unirem,
elas se separam, vivendo marginalizadas, como reflexo de um egoísmo, uma das
principais dificuldades encontradas pelos líderes latino-americanos ao tentar
ordenar as novas nações.
Citando mais uma vez Octavio Ianni, “A
nação muda ou consolida-se, nesta ou naquela ocasião, conforme o jogo das forças
sociais internas e externas”.
Essa reflexão
vale para todos que um dia foram colonizados, e mesmo alcançando a libertação
enquanto nação, ainda levam o peso da discriminação, e sociedade precisa se perguntar
sempre: qual é a história que eu quero deixar para meus descendentes? Uma
repetição de uma sucessão de mazelas, ou o desejo de estudar para mudar a
realidade atual? Que a reflexão com
bom senso seja umas das primeiras coisas a se colocar em prática todos os dias.
Instagram: @gabygilmoreofficial
Twitter: @gabriellaclima
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