domingo, 30 de julho de 2017

Biblioteca Trem Pra Ler

Biblioteca Trem Pra ler

“Pois você trate de aprender a andar um pouco na contramão”. Disse Brenda, finalizando o nosso encontro do dia.



Brenda Pinto Borborema, 22 anos, estudante de Engenharia de Produção, é a criadora do Projeto Biblioteca Trem Pra Ler em Governador Valadares - MG. Eu tive a oportunidade de conhecê-la em uma das reuniões da Associação dos Artistas Plásticos de Valadares, quando em meio a lágrimas, divulgava o seu projeto educativo que ela vem trabalhando há alguns meses em sua comunidade. 
Eu fiquei encantada!
Depois da reunião a gente trocou telefones e logo marcamos um encontro. Eu sabia que ela tinha mais histórias para contar.
Uma menina madura, sensível, criativa e apaixonada, Brenda tem doado amor em forma de serviço voluntário a crianças e idosos do bairro Esperança.
Esse projeto tem o intuito em levar a leitura e a arte de pensar para as pessoas de forma leve, alegre e natural. Contando com um sábado sim e um sábado não, Brenda se encontra com alunos da região na praça Arnaldo Nick, em frente a cozinha e cultura Dom Caixote, e lá eles disponibilizam livros para empréstimos e também fazem rodas de leitura, sarau, e diversas atividades literárias, tudo para desenvolver e incentivar as crianças da região o amor pelas letras.
Muitos se perguntam o que esse projeto tem a ver com a Engenharia? Mas uma coisa eu te digo, a arte latente dentro de Brenda nos emociona, e nos faz enxergar uma luz lá no fim do túnel. O Brasil precisa de tantas Brendas quanto for o necessário, para doar o amor, o serviço, a arte, e essa virtude é uma raridade, e eu me sinto privilegiada de ter escutado um pouco de seus sonhos, e ver de perto o que a move em manter um projeto tão brilhante e importante como este.

Num mundo onde a gente encontra pessoas individualistas alimentando seus diversos traumas e medos, encontrar gente com essa livre e espontânea vontade de estender as mãos como uma forma de se conhecer e satisfazer uma carência... Ah! se todo mundo usasse seus conflitos para transformar sua lagarta em borboleta, o alívio seria coletivo!
Bom, eu poderia ficar aqui horas narrando o nosso encontro e a nossa aventura na "contramão" na Av Minas Gerais, mas o que eu quero mesmo é te convidar para participar do encontro na Biblioteca Trem Pra Ler neste próximo sábado, dia 05 de agosto de 2017, na praça Arnaldo Nick do bairro Esperança, às 19:30. Traga uma criança ou um idoso com você.
Nos ajude a espalhar essa inspiração, de notícia velha o mundo já segue cansado!
Um beijo!!
Gabriella Gilmore

Esse projeto é realizado pela universidade IFMG/GV, tendo como orientadora a Engenheira de Produção Thalita Rabelo Almeida dos Santos, e o coorientador Marcelo Augusto dos Anjos Lima Martins, contando com o apoio da voluntária pelo Instituto Federal, Miriam Soares Lote.



sexta-feira, 7 de julho de 2017

In Memoriam - Marinilso Marins




Photo tirada em Brasilia no museu nacional. (Que saudades!)


“Uma das melhores pessoas que conheci na faculdade. Era alegre, muito inteligente e organizado. Tenho certeza que era um excelente advogado e seria um exímio médico”. Hélcio, colega do curso de medicina.

"Um rapaz brilhante, educado, culto que teve uma vida sofrida, mas que estava se esforçando muito para se reerguer". Stephanie - colega do curso de Direito. .

"De coração enorme, sorriso encantador, olhar expressivo. Uma pessoa genuína, determinada com seus objetivos. Foi assim que ele me conquistou". Jefferson, amigo da família.

Não sei se tenho direito de escrever as coisas que irei falar... Contudo, eu sei que ele queria contar a sua história para todo mundo ouvir. Leiam, e vocês irão me entender.
Há alguns meses atrás, Marinilso esteve lá em casa para dizer que estaria ausente por alguns meses. Ele iria se tratar do vício das drogas. Obviamente foi um choque para mim porque em 10 anos de amizade, eu NUNCA, nunca imaginei que ele fosse usuário de drogas. NUN-CA. Não ele. Ele pediu para eu me sentar. Nós estávamos no meu quarto, dai eu me sentei e ele me perguntou: Lembra daquela minha Biografia que eu te falei no final do ano passado que eu queria que você escrevesse para mim? Eu respondi: sim, mas você quer mesmo que eu escreva? Príncipe, (falei com aquela vozinha infantil que eu imito às vezes) eu nunca escrevi uma Biografia antes, e você nem é tão famoso assim. Comecei a rir e dei um tapinha nele.

Bom, voltando ainda mais lá atrás, eu conheci o Marinilso na Nova Acrópole em 2006/2007.
A Banda Dionísios, no qual eu estava vocalista na época, estava se apresentando nesse dia, lá mesmo no terraço da escola, dai ele havia terminado sua aula, e foi checar o evento do dia. Lembro que ele ficava me olhando, com aquele sorrisão lindo, e quando terminou a nossa apresentação, ele veio se achegar até mim. Perguntou-me se eu era a moça que tocava Evanescence, dai logo imaginei que ele já havia me visto em outro lugar. Eu disse que sim e ali ficamos amigos para sempre. É aquela coisa de alma que se conecta a outra, entende? Não demorou muito, ele saiu da N.A, porém, mesmo assim a gente ainda se falava e se via quando tínhamos oportunidade. Eu trabalhava fora e ele vivia estudando, então a gente não se via todos os dias, mas a cada encontro parecia que o último foi ontem.
Ele era aquele tipo de amigo que você senta pra filosofar, para planejar a vida no futuro, praticar o inglês ou pedir conselhos na área de Direito. Era um menino a frente de seu tempo, e eu tenho certeza de que esse mundo de agora não estava preparado para ele. Marinilso era o cara! Eu era doida por ele.
Mas sempre me perguntava por que um menino tão lindo, tão culto e agradável vivia solteiro?
Marinilso era aquele tipo de cara que procurava respostas para suas infinitas indagações.
Sempre tive medo de ser invasiva e perguntar sobre as coisas que o seu coração escondia, ainda mais eu sabendo que ele era diferente. Contudo, eu imaginava o conflito interno que esse rapaz tinha e que de certa forma o fazia se afastar de casa, ou até mesmo de se abrir para as pessoas.
Ele chegou a frequentar a Gnosis, sempre buscando uma iluminação. Ele era bem místico. Adorava tirar os sapatos quando entrava na casa da gente pra sentir o chão e se conectar com a casa, e com a energia que aquele ambiente passava. Sem dúvida ele era um empata. E saber disso me faz um nó na cabeça, de como alguém tão inteligente, conhecedor de tantas coisas, o que realmente o levaria a fazer uso das drogas? Até comentei isso com a Amanda, uma colega da classe de Medicina. Vamos morrer sem saber...
Lembro de uma vez ele me contando como ele saiu do órgão público onde trabalhava: Gabi, só sei que estou sem cartão de crédito porque estou devendo horrores ao banco. E nessa época ele estava tentando concursos para ter um salário ainda melhor. E em uma de suas provas foi lá em Brasília, em 2012, salvo engano. Tive o privilégio de recebê-lo em casa, (eu estava morando lá nessa época) e orientá-lo a como chegar aos lugares quando ele esteve naquele final de semana para o teste.
Imagino que nessa época ele já deveria estar mais enrolado com seus conflitos internos, mas ele NUNCA, nunca deixou transparecer as suas crises emocionais. A única coisa que ele falava era: preciso estudar, não aceito trabalhar e ganhar menos de R$ 10mil reais não. Então ele literalmente vivia para os estudos. (Lembrando que a Medicina ainda não passava em sua mente).
Então, quando ele chegou para mim há uns meses atrás me dizendo do vício, a minha mente congelou.
- Gabi, é por isso que eu estou fazendo Medicina. Nem é por causa do salário não. Eu quero ajudar as pessoas com o mesmo problema que eu, entende? É por isso que eu quero te contar sobre minha vida, tenho tantas experiências pra dividir! É por isso que eu quero que você escreva minha história de superação. Eu vou sair dessa. Eu tive uma overdose uns meses atrás e eu não quero passar por isso de novo não. Eu vou me internar, eu vou melhorar, e vou quitar a dívida que tenho das drogas. Gabi,  é muito dinheiro! Mas eu vou sair dessa, e quero dividir isso com as pessoas, para que não passem pelo o que estou passando.
Eu estava chocada! Era muito para processar. Eu não conseguia ligar essa notícia ao Marinilso que eu vinha convivendo desde 2006.
Eu chorei um pouco e disse que estaria orando por ele para que Deus o libertasse do vício, e que eu o esperaria ansiosa para a gente começar a escrever sua história.
Algumas vezes eu mandava mensagem no celular dele, perguntando a sua tia (que estava com o aparelho) como ele estava, e eu sempre dizia que tudo iria ficar bem. Eu acreditava, entende? Ele não era qualquer um. Ele queria viver. Ele gostava de viver, de se conectar com as pessoas.
Quando ele voltou da clínica, foi tudo muito rápido. Ele logo começou a trabalhar de garçon e voltou para a faculdade de Medicina. Ele estava bem. Eu fui até jantar lá no seu serviço para poder vê-lo, e ele dizia que ia arrumar um tempo para ir lá em casa me visitar e devolver o livro que ele havia pegado comigo. E na semana da sua morte, na segunda-feira, ele me mandou mensagem dizendo que iria finalmente lá em casa para levar o livro e para nós conversarmos um pouco, mas ficou só na promessa...
Eu recebi a notícia por uma amiga em comum que está fora de GV. Era quase noite de sábado. Meu Deus, eu chorei tanto, e me escondia dentro do quarto para ninguém querer xeretar o motivo dele ter morrido. Sabe como é né? As pessoas tem preconceito, e logo julgam, antes de saber o motivo que levou a pessoa a estar naquela condição. Assim como foi a notícia no G1, depreciativa, que o descreveu como um usuário qualquer, como se fosse um bandido drogado. Fiquei furiosa, para variar.
Quanto vale uma vida? Quanto vale a sua vida?
Se eu pudesse, dessa vez eu seria bem invasiva, e ia fazer todas as perguntas do mundo a ele, para tentar entender o motivo que levou o meu tão querido amigo a tomar o caminho das drogas.
Seria a opção sexual e a luta interna em esconder ou não se aceitar? Seria a vergonha da sociedade? E as drogas? Em quê que ela iria ajudar??
Agora eu nunca irei saber...
Príncipe, sozinha eu não posso escrever sua Biografia. Por que você tinha de ir tão rápido?
É só eu pensar no seu sorrisão... que eu choro, choro muito.
Não estou fazendo apologia à homossexualidade, como muitos sabem eu sou cristã, mas eu espero mesmo que o mundo repense os preconceitos, porque mesmo eu pegando por base a explicação da minha religião sobre o assunto, eu sendo também uma pessoa pecadora, não posso menosprezar ninguém. Porque não é isso o que Jesus ensina. Porque em toda a Palavra de Deus é pregado o amor e a salvação em Cristo em Jesus. E como eu não salvo ninguém, eu não posso de maneira alguma condenar as pessoas. Esse não é meu papel. O meu papel como serva de Deus é levar a palavra de esperança sobre as boas novas.  Creia no Senhor Jesus como seu salvador e libertador e tenha uma vida plena e saudável. Se você que está ai, lendo esta mensagem, se você se identifica quanto às pessoas que condenam, hey! Olhe para o alto! Somos tão pecadores como qualquer outro ser humano. Aprenda a amar, aprenda a respeitar. E se você, por outro lado está sofrendo bullying, hey! Olhe também para o alto! Converse com Deus. Se abra. Eu tenho certeza de que os planos de Deus para cada um de nós é a felicidade em abundancia. Não deixa que o inimigo da sua alma te confunda, e te tire do projeto arquitetado desde a eternidade para a sua vida, e tudo que é pensado por Deus, pode ter certeza, é sempre perfeito e o melhor para cada um de nós.

"De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:16-17)

"Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". Romanos 5:8

Que Deus conforte o coração dos familiares e que esta mensagem sirva de lição para todos nós!

Que a graça do Senhor Jesus esteja conosco hoje e sempre.




terça-feira, 4 de julho de 2017

4 de julho, Julie James...



Happy 4th of July, Julie!

Deivid, feliz aniversário, nego safado! 
Deysi, feliz dia, feliz sempre!! 
Amo vocês, relíquias da minha vida.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Psicologia dentro da Educação



Bom, em uma das matérias na faculdade neste semestre nos deixou uma pergunta de como a Psicologia poderia contribuir no campo educacional.
A princípio parece até simples... vejamos.
Conhecer o ser humano, tanto o que habita no seu interior emocional, suas lembranças, seus traumas, suas inspirações, quanto o meio em que vive, ajuda o professor a conhecer o tipo de aluno e a forma como ele poderia vir a aprender dentro de sala de aula. Uma vez que a escola tem feito também o papel de educador/orientador, torna-se essencial que os docentes conheçam como funciona o processo de aprendizagem, como o conhecimento se forma dentro de cada indivíduo, para que as aulas se tornem mais dinâmicas, funcionais e com significados para cada aprendiz. Quando o professor identifica alguma transtorno no aluno, com o seu conhecimento prévio sobre o comportamento desse ser, ele pode ajudar o mesmo a encontrar caminhos para sair do ciclo que possa estar o impedindo de progredir em sala, e assim ajuda-lo a se tornar um campeão em sala e também na vida. Nos dias atuais, os professores são muito mais do que apenas detentores do saber, aquele que repassa o conhecimento, para o aluno finalmente reproduzir, como "máquinas repetidoras". Os professores tem um papel importante para mediar o aluno nas diversas transições que ocorre em sua vida estudantil/acadêmica, mostrando para eles o leque que se abre, quando em conjunto (professor e aluno) discutem os conhecimentos adquiridos, tanto o aluno com o professor, e o professor com o aluno; parafraseando Paulo Freire quando disse a frase: "Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender". (Em Pedagogia da Autonomia).

Comentário de Gabriella Gilmore - História (Uniube)

domingo, 2 de julho de 2017

Sobre meu encontro com Cristo

"A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" Salmos 42:2



Muitos me perguntam como era a outra vida, os motivos que me trouxeram para perto de Deus, e o porquê deu ainda manter textos deprimidos, fictícios sobre vampiros e bruxas aqui no blog, coisa que ficou na vida passada... É, essas são boas perguntas.
Bom, começando pelo último tópico, eu não me incomodo em deixar exposto as marcas do passado, ideias um tanto imaturas, tristes, deprimidas. Talvez isso possa mostrar para as pessoas que se encontram nessa condição de que a vida delas podem mudar sim, por que não? Na verdade, muitos amigos meus que conviveram comigo na época do rock n roll ficam admirados e felizes por me rever iluminada e cheia de vida, e percebem que uma vida com Deus só tem um resultado final: alegria eterna e esperança. Talvez isso seja o motivo deu ainda não ter tirado do ar nenhum dos meus textos "cavernosos".
Bom, agora sobre como era a outra vida... Bom, eu acho que isso é bem obvio. Algo que todo mundo pensa é que nós somos livres e que temos controle de todas as coisas, até de nossas vidas. É, eu também pensava assim. Me achava super potente, pensava que só quem precisava de Deus eram pessoas sem perspectivas ou que no mínimo não tinham opinião própria. Eu pensava como todo mundo da "nova era" pensa: lei do retorno, lei tríplice, lei da atração, positividade, etc etc etc. E o que me trouxe para perto de Deus foi...
Bom, o conhecimento das coisas de Deus veio desde pequena. Minha família é bem religiosa e muito fervorosa. Porém, o meu encontro particular com Deus aconteceu ainda em Brasilia, em 2014.
Houve um momento que tudo estava satisfeito. Minha vida financeira, minha vida secular, meus sonhos sendo realizados na capital, mas a alma... incrível como nada conseguia preenchê-la.
Como será que se enche uma alma? Bem, creio que só mesmo o criador dela poderia fazer algo extraordinário para responder isso, foi quando comecei a buscar a Deus ainda dentro de casa, com orações e leituras bíblicas. Uma luz começou a irradiar meu dia a dia, um preenchimento interno me fazia satisfeita, e a sede de Deus começou a aumentar. Mas era uma sede de alegria em poder buscar a Deus. Tanta gente lá fora morrendo em seu nome né? Ou sendo perseguidos por levar o evangelho aos quatro cantos da terra... Dai eu comecei a frequentar uma igreja cristã, e mesmo tudo dando errado em 2014 (que me fez voltar para Valadares em outubro do mesmo ano), minha alma estava leve e contente. Eu ainda não conseguia explicar, mas hoje entendo que uma vida sem Deus pode lá ter seus benefícios (?) ou não, contudo, uma vida com Deus é plena! E eu acredito que o sentimento de plenitude só Ele pode nos dar, até mesmo o significado de vida plena.
Quando Deus me alcançou com sua graça irresistível, Ele me injetou forças para que eu pudesse enfrentar todos os desafios que tenho enfrentado até hoje, ainda mais quando se diz do preconceito, a cristofobia, dizem que somos caretas, etc, mas nada paga essa felicidade, essa paz, essa honra em poder servir um Deus que vive, reina, que cuida de nós, que nos dá a direção segura e o melhor de tudo, Ele vai vir nos buscar!


"Converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre". Oseias 12:6

Post dedicado a minha amiga de infância e irmã na fé, Giselle Simões. Te amo fii.