sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Carta escrita no limbo

Por Gabriella Gilmore


Salut, mon chéri.

Surpreendeu-me ter recebido outra carta sua. Eu realmente não esperava.
A solidão, por mais difícil que seja, acaba sendo a melhor companhia para pessoas como eu e você. Ela, a solidão, não cobra muito de nós. E com seu silêncio sedutor, nos deixa pensar.
Parei alguma parte do meu tempo para refletir o que seria “estar desencarnada”.
Consegue definir isso para mim? Se for uma saída, acredito que posso seguir por este caminho também, contando que me ensine.
Sobre a questão de administrar o tempo, não quero voltar a este assunto, afinal, é quase impossível imaginar uma “banana patinando”, e não ando com muita paciência para te explicar que não existe mágica fora de Nárnia. Ou você está dentro, ou está fora. O limbo é pura ilusão.
E quanto a sua alma quase morta, não sei se festejo ou se fico de luto. Aliás, dormir com fantasmas é um talento que carrego comigo, e se para estar com sua mente perigosa mais uma vez precisaremos passar por esse estágio, I’m in.
Saudações,
M.S

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