quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Burguesia, capitalismo e afins




Burguesia, capitalismo e afins
Por Gabriella Gilmore

Definir e entender a classe burguesa é importante, pois ela foi responsável para que a Revolução Francesa acontecesse tendo o liberalismo como ideologia nas revoluções contra os regimes absolutistas dos séculos XVII e XVIII.
O conceito de burguesia é um tanto complexo pelo fato dela ter ganhado algumas interpretações ao longo de seu surgimento. Entende-se por burguês, o comerciante, o produtor rural com posses consideráveis, pagadores de impostos, e de acordo com a definição de Marx, a burguesia é aquele proprietário dos meios de produção, portanto, o explorador de mão de obra barata.
Com o advento do Liberalismo que surgiu no século XVIII tendo o Iluminismo como inspiração, defendia a liberdade individual, a divisão do poder político, a livre iniciativa e concorrência e o direito a propriedade privada, chacoalhou os pensamentos daquela época e incentivou os burgueses a questionar o governo absolutista monárquico, a economia reprimida e a falta de liberdade de expressão e econômica, e passaram a lutar por tais mudanças. Defender uma política livre e sem interferências do Estado no comércio foi à base para que uma revolução surgisse.
Citando Martin Perry, “De modo geral, o liberalismo foi a filosofia política da burguesia. Enquanto os conservadores buscavam fortalecer os alicerces da sociedade tradicional seriamente abalados no período da Revolução de Napoleão, os liberais desejavam alterar o status quo e cumprir  a promessa do iluminismo e da Revolução Francesa”.
Cansados de alimentar um governo que não lutava pela sociedade em geral, e de viver um caos na comunidade da época devido as más colheitas e os impostos altíssimos, os burgueses juntamente com as massas (os sans culotes) se levantaram contra o antigo regime, pressionando a monarquia para que eles também fizessem parte das escolhas políticas e econômicas.
Muitas cabeças rolaram para que hoje tivéssemos mais liberdade econômica e política, e sabendo que o capitalismo tem seus defeitos, onde o lucro é seu principal objetivo, e a mão de obra barata seus malefícios, precisamos continuar pensando sobre esse sistema econômico que vem crescendo a cada década que passa, sem nos esquecermos de um dos princípios que John Locke pregava: liberdades! E será que nós somos realmente livres para produzirmos nossa própria riqueza? Não seríamos nós, hoje, escravos do dinheiro? Que essas duas perguntas fiquem como reflexão para nós.

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