O post de hoje é uma crítica ao sistema de avaliação do Brasil.
Postei indignada algumas frases no meu twitter no segundo dia das provas do Enem e tive alguns retweets delas. Escutei revoltas dentro do ônibus de pessoas que também estão chateadas pelo que vou escrever a seguir e depois me atrevi a perguntar algumas coisas a algumas pessoas que estavam na mesma sala que eu. O descontentamento foi quase geral.
Há algumas coisas que não entendo nesse país e vou citar abaixo:
# Pré-vestibular caríssimo
# Prova de Vestibular ou Enem
# Faculdade Federal (só para ricos) porque os pobres acabam pagando a particular. (OI?)
# Cota para indígenas e negros. (Tem coisa mais discriminante que isso?)
# Prova para passar em concurso público para trabalhar no S.U.S ou como Gari (?)
Bora lá.
Seguindo a ordem das minhas queixas, acho ridículo o pré-vestibular ser tão caro como uma escola particular. Se uma pessoa não tem condições financeiras para pagar o cursinho, consequentemente terá menos chances de passar numa Faculdade Federal.
As provas de Vestibulares e Enem são extensas, cansativas e faz com que a gente acabe errando os exercícios do final do teste por conta do cansaço, isso se a pessoa não perder o fio da meada no final da leitura dos anunciados E-NOR-MES.
A maioria das pessoas que estão nas Universidades Federais são pessoas que tiveram formação escolar em redes particulares ou grana para ter pago o preparatório. Salvo aquelas pessoas que os pais incentivavam o estudo pesado para sua entrada numa faculdade desde pequeno.
Cota para indígenas e negros, como se eles fossem de outra espécie ou alguém mais especial que outras pessoas só por conta da etnia. Me expliquem por favor o porquê disso. Assistentes sociais, oi?
Quero trabalhar como auxiliar de dentista no S.U.S ou como Gari e preciso passar em alguma prova para isso? Acontece que a maioria dos concursados do ensino médio se acham melhor do que qualquer outro trabalhador, só porque passou numa prova. Para mim, esse pessoal do serviço público deveria trabalhar até mais que os professores e médicos.
Tudo errado!
Oh presidente! A entrada nas Universidades deveriam ser para aqueles que realmente gostam de estudar, que gostam de aprender, e não para quem tem dinheiro ou passou numa prova de 4384894 questões. Sei que não haveria faculdades para todo mundo se isso fosse algo muito acessível, mas provas com 180 questões chega a ser um insulto. As pessoas saem dos locais das provas chateadas, ansiosas, e se sentindo o ser humano mais burro do mundo porque acabou chutando um monte de exercícios.
Quer avaliar o conhecimento? Ok. Porém, reavalie o tamanho dos testes. Pesquisem. Pergunte o povo o que acham, como poderia ser e o que seria mais viável, porque hoje eu sai convencida de que não sou a única a achar estúpido o sistema de avaliação desse país, ou seja: o problema não está só em mim.
Acorda BraZil.
Gatona,
ResponderExcluirSou partidária das tuas colocações.
Ano passado fiz o ENEM e...meu Deus, sai de lá completamente exausta. O mesmo aconteceu quando fiz o vestibular da UFSC, que é um dos mais difíceis do Brasil.
As pessoas deveriam ter livre acesso a educação! Não depender de exames "mequetrefes" para cursar aquilo que sempre quiseram.
Quanto as cotas, acho importante ter para estudantes oriundos de escola pública, porém penso que comprovação de renda não é um bom critério, e seria necessário um outro tipo de triagem. O fato de ter um rendimento razoável hoje não justifica o individuo de ter estudado em escola pública, ao invés de particular, há 10 anos atrás. São tempos diferentes. Em 10 anos muita coisa muda. Dificuldades escolares do passado, bem como lacunas em aberto, não estão ligadas a talentos natos, experiência e renda razoável atuais.
Uma alternativa a este impasse seria que se fizesse entrevista vocacional com o pretenso graduando, levando em consideração pontos como: aptidão pessoal, curso escolhido, experiência prática (em alguns casos), tempo para se dedicar ao curso, fatores sociais etc.
O Brasil tem muito o que mudar e está na hora de começar.
Vivi, vamos torcer pra Dilma ler sua sugestão, e sobre a entrevista vocacional e afins seria a melhor forma mesmo de filtrar a entrada do estudante a faculdade. Amei!!
ResponderExcluirVocê me conhece e sabe como sou contra o tipo de vestibular pelo qual vivemos e sabe como tenho pavor de concurso público.
ResponderExcluirSerei sempre à favor da educação técnica e do ensino direcionado. Acho uma balela a educação voltada para o aprendizado em blocos. Acho que vivemos escolhas forçadas. Temos seres humanos tentando ser feliz em profissões que não tem nada a ver com o perfil delas e estudantes ocupando o espaço e nunca aprendendo como tem que ser.
Tenho uma experiência desastrosas com todo e qualquer tipo de prova. E por conta disso tive que tomar várias decisões para poder fazer parte do mercado não vivendo um sonho, mas pagando contas.
E para terminar sou também contra a questão das cotas, mas porque depois de 4 anos morando em Moscou, entendi que o que vale mesmo é amar o que se faz e confiar na educação não como um privilégio, mas como um direito constitucional. De fato.
Karla, logo que escrevi este post, fiquei com medo das pessoas me massacrarem achando que meu pensamento é muito pobre e preguiçoso, porém eu pensei no nossos papos sobre essas provas e sabia que de você viria um comentário aberto e que deveria ser lido e relido. Espero que esse post possa fazer o pessoal refletir. Beijos.
ResponderExcluirMuito querida Gabriella!
ResponderExcluirO domingo se esvai... e a esta hora quase não há animo para polemizar.
Temos posturas diferentes. Isso é salutar.
Cheguei ontem de minha sexta viagem a Amazônia neste ano. Se tivesse dificuldades em aceitar as cotas, estaria convertido.
Sempre defendi e defenderei as cotas: a Universidade precisa deixar de ser branca e para os ricos. As cotas estão miscigenando e as elites temem isso.
O ENEM é outro instrumento de democratizar o acesso. A crítica que as provas são cansativas e longas é balela de preguiçoso. Ontem levei 16 horas para vim de Parintins a Porto Alegre. Uma das instituições que trabalho fica seis horas de ônibus para ir e outras seis para voltar.
Claro que como tu sou contra que as vagas das IFES sejam ocupadas pelos mais ricos. O perfil da Universidade brasileira. Por exemplo, na UFFS 87% dos alunos pertencem a primeira geração que chega a Unversidade.
Obrigado por pedires minha opinião. Em outro momento voltemos a dialogar.
Desculpa não poder agora aprofundar nossa discussão.
A admiração e o respeito às tuas posturas
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Mestre Chassot, sempre é uma honra interagir com o senhor, mesmo quando temos pontos de vistas diferenciados, porém aprendo muito. Concordo com o senhor que a Universidade precisa deixar de ser branca e para ricos, mas tecnicamente a cor da pele não diz muita coisa. Eu sou branca e não dei conta de entrar em federal (ainda) e muito menos continuar a pagar o curso de Pedagogia que eu fazia, e tranquei. Ainda acho que a federal deveria ser para pessoas com menor renda e que tenham interesse em estudar. As colegas acima, Vivi e Karla, trouxeram pontos de vistas que achei interessante e o governo poderia pelo menos escutar. Um triagem junto com uma entrevista vocacional seria uma boa opção para escolher os candidatos merecedores das vagas, sem contar que a educação não deveria ser um privilégio, e sim um direto constitucional. Uma linda segunda para o senhor. Te prezo muito. Gabi.
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