domingo, 23 de novembro de 2008

Crônica - FÊMEA DIFERENTE


Tem sido bastante lida no recanto e agora postei aqui com foto para vocês sentirem a pressão huahuahuhaa
Especialmente pra minha madrinha Lu. Te amo badrosk.

FÊMEA DIFERENTE

Era sábado a tarde, sem muito a fazer, estava navegando na internet quando recebo um e-mail da minha madrinha Lúcia me convidando para um churrasco de comemoração de seus 55 anos.
“Opa!” Pensei. Algo diferente para eu fazer naquele domingão parado e quente.
Eu sabia que seria na casa de um amigo dela que morava num condomínio fechado e de cara pensei: “Uia! Que roupa vou usar?” Acabou que fui de jeans, all star e meu bom e velho sinto de arribite. Troquei meu baton preto para o vermelho cabaret e fui. Linda e punk (como vive dizendo minha madrinha).
Eu estava com tanta vontade de sair de casa que nem imaginei na possibilidade de ficar lá sozinha, ainda mais que a Lú iria dar atenção a seus convidados.
Chegando lá, Rachel e eu, antes de descermos para área da piscina, fomos cumprimentar o pessoal que estava na casa.
MELLL DÉLLLS! Só gente mais velha que eu! Mais rica, mais chique, mais normal e todos se conheciam, menos euzinha aqui.
Falei comigo mesma “Vou sobrar”. Se bem que não foi tão mal assim.
Pensei em deixar esse meu lado estrela do rock tomar conta de mim que eles nem iriam notar nesse pequeno ponto preto de all star perdida por lá.
Enfim, encontrei uma amiga do curso de inglês e grudei nela.
-Amiga, quanto tempo! Já te disse que te amo hoje?
Ela rachou os bicos e sentamos para conversar.
Ela me contou sobre seus projetos para o próximo ano e aproveitei para contar sobre os meus também.
Pensei em distraí-la com longas conversas para que ela não saísse de perto de mim.
Rachel toda aconchegada na mesa com as senhoras “jovens”, pediu que nos aproximássemos. “Opa! Uma mesinha para eu apoiar o pratinho do churrasco”. Pensei.
Sentei a mesa e lá vem a Rachel falando:
- Gente! Essa minha amiga canta que é uma beleza!
- Nossa que legal! Maravilhou-se uma das senhoras.
- Qual é aquela música mesmo que você canta fazendo caras e bocas? Perguntou Rachel.
Eu tentando me recordar de que música eu fazia “caras e bocas”.
- Mas gente! Qual música você está falando? Perguntei.
- Menina, aquela que você fazia uns berrinhos diferentes.
Com gestos dela, me recordei da canção.
- I will survive. Disse.
- Isso! Ai ‘wilsonvai’. Julia, você tem que ver que luxo ela cantando. Falou olhando pra amiga.
- Ai que legal! Então já sei quem vai cantar no meu aniversário ano que vem. Comentou Júlia toda empolgada.
“Vige, me lasquei”. Pensei.
No meio da conversa toda, o dono da casa pega o bonde andando:
- Quem canta o que? Perguntou já meio alterado pela bebida.
- A moça aqui é cantora. Disse uma velinha simpática apontando para mim e eu com aquela cara de “Oh my God”!
- Então me canta. Disse o senhor brincando vindo pro meu lado.
“Putz! Agora me lasquei de vez”. Pensei forçando o maior dos sorrisos, mas curtindo o momento “pop star”, mesmo sendo meio exagerado, mas eu estava me divertindo.
E foi assim tarde toda, o “tio” me secando e cada vez mais “feliz”. Achei até engraçado por eu não ter tirado sarro nenhuma vez com algum deles, mas me lembrei de que não tinha bebido, então...
Ok! A melhor parte do dia. Cantar aquele hino de aniversário, assoprar a velinha. “Cadê as outras 54 velas?” Perguntei para mim mesma. “Essa madrinha esconde o jogo viu?” rsrs e o bolo ‘MARA’ feito pela própria.
Eu estava fotografando este momento quando grita a madrinha:
- Filhadroskinha, tira uma minha com meu namorado.
Nunca vi tanta pose pra uma foto só. Era ela, minha querida Lú.
- Agora uma com o João! (o dono da casa) Eu fico no meio deles. Cadê o João?
Lá do fundo vinha ele dizendo:
- Só tiro se for com a fotógrafa junto.
- Passa a câmera para alguém então Gabi e venha.
“Ain!” Larguei a câmera e fui pagar esse micão. Mas o que acontecia era que eu estava muito sem jeito, ainda mais não conhecendo todas aquelas pessoas, mas fui.
- Abraça o João, Gabi! Grita um.
“Êee laiá!” Abracei o tio, coloquei o braço na cintura jogando-o para frente para que na foto ele ficasse estrategicamente mais fino e lasquei o sorrisão de modelo. Acho que meu batom ainda berrava na boca.
FLASH
“Ainda bem que foi rápido. Que vergonha!” Pensava.
- Fica ai! Vou tirar outra.
Por fim me irritei simpaticamente e disse:
- Chega PELAMORDEDEUS! Você está me enrolando.
E a dona ainda piscou o olho pra mim, tipo, “era só para João tirar umas casquinhas”.
“E eu lá tenho cara de sorvete?” Pensei.
Nunca pensei tanto na minha vida como naquela tarde.
E para terminar, levei a melhor/pior cantada do século:
- Menina, você é a fêmea diferente mais linda que já conheci. Disse João.
- Isso foi um elogio ou uma piada?
Sai sorrindo e fui terminar de comer meu estupendo pedaço de bolo.

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