Ouça “Who you are” de Jessie J aqui.
Foi quando eu descobri que ela teve um A.V.C.
Tudo em minha vida acontece rápido, como se eu fosse obrigada a acompanhar cada segundo sem me perder. Isso não é ruim. É? O ruim é que ela acaba tão rápido quanto.
Me empolgo em segundos conseguindo ficar nesse êxtase por algumas semanas quando finalmente me canso, jogando tudo para o ar, algo que foi intenso, marcante, lindo!
Sua voz poderosa, autêntica, seu sotaque.
Suas gargalhadas e palhaçadas.
Como não querer ficar por perto de alguém assim?
Me apeguei tão rapidamente que hoje eu aperto os olhos para não deixar as lágrimas caírem. É como se fosse necessário gritar para não escutar mais o seu vibrato, os seus” bla bla blas, rah, rah, rahs, sshiiitt”!
Eu perdia horas observando aquele seu jeito moleque, os erros de ensaios, aqui de longe. A distância era a única coisa real que existia entre nós.
Algo estava errado comigo. Como me dar este luxo de me apaixonar por alguém que nunca conheci de verdade?
Quem explica isso? Porque ninguém entende...
Tive de me concentrar ao máximo para não assisti-la mais. Jogando assim aquele vício de lado.
Quando comecei a me deprimi, ela me disse: “Está tudo bem não estar bem”. Foi quando permiti a Sra. Loucura tomar conta de mim. Companheira de alguns anos...
Na sua fraqueza.
No seu talento ordinário.
Eu soube que sua vida é leve e desprendida exatamente por causa daquele derrame, e a sua alma de vidro atravessou o oceano que nos separava só para roubar meus pensamentos que antes estavam opacos, para ela. E o que eu mais amei nela foi aquele A.V.C. O que há de errado comigo?
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