terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fome de um nós


photo por Gabriella Lima

“You have your life darling, and I have mine”

Essa maldita frase não sai de meus pensamentos. Isso já faz dias. Dias que antes passavam rápido, agora lentamente sussurram em meus ouvidos esses dizeres.
Sim, eles foram ditos para mim ao telefone, quando eu insistia para essa pessoa tentar ao menos fazer mais parte da minha vida.
É tão complicado não pertencer a alguém, e é muito mais complicado quando você tenta se enganar disso, de que nunca desejou ser de alguém, fazer parte de alguém.
É. Eu sei.
Sei que sou completa. Sou mesmo?
Você é?
Essa idéia do completo é bonita porque ela te deixa forte e satisfeito, mas no fundo sempre vamos almejar alguém que complete essa sua parte ‘completa’.
Tudo bem que tudo acaba sendo conseqüências de atos passados, coisas que você fez mesmo sem perceber, e que agora retorna para te dar uma lição, ou melhor, outra lição.
A vida inteira você afastava as pessoas que te amavam, que sentiam sua falta, que te procuraram e você as rotulava de ‘sebosas’ ‘grudentas’. Hoje você se coloca em seus lugares, sentindo exatamente o que elas sentiam naquela época.
Sabe, estar com você não tem preenchido nada porque na verdade não há buracos aqui para serem preenchidos. Eu só gostaria de poder entender o que está havendo, de saber mais um pouco de você, de poder conhecer sua mãe... e ai? Como faz?
Tão perto! Tão longe.
Você sabe tanto de mim! Nada sei de você.
Tu conheces minha casa, meus amores, minha vida, minha morte, meus receios, minhas infantilidades... minha virtude.
Vou precisar implorar?
Não. Nunca.
Talvez sejamos de mundos diferentes e meus amigos te amedrontam.
Você, que jurava tanto não temer nada... que jurava saber de tudo.
(...) e eu só gostaria que você enxergasse esse mundo que tanto me inspira!!

3 comentários:

  1. Gabiroba, querida.
    Tem dias que são noites. Mas ninguém é de ninguém. Caminhamos juntos. Só. Se formos do outro, perdemos a nós mesmos. Beijão

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  2. " (...)E por que? Quando tudo poderia ser mais fácil no mundo dos adultos''' Que mundo?! Se eu soubesse que era tão confuso, permaneceria no meu lugar de infância, continuaria como criança. Naquele mesmo campinho, descalço, jogando bola com mesmos amigos (hoje, dispersos pelo mundo) João, Gerson, Eduardo, Leandro, Alexandre, Moises, Edivan... Aos gritos da torcida feminina das primas Claudia e Rosangêla, e de meu primeiro amor Verinha (...)" Precisamos disso! Wagnão.

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  3. i'm sorry. i know it'll never be enough. but i'm sorry.

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