terça-feira, 14 de abril de 2009

Goethe


Não, eu não me engano! Li nos seus olhos negros um verdadeiro interesse por mim e pela minha sorte. Sim, eu sinto que meu coração pode crer que ela... Ousarei, poderei pronunciar estas palavras que resumem o paraíso? ... Eu sinto que ela me ama!
Ela me ama! E quanto eu me valorizo a meus próprios olhos, quanto... eu posso dizer isto a você, que saberá compreender-me... quanto eu me adoro a mim mesmo, depois que ela me ama!
Será presunção? Será o sentimento do meu verdadeiro estado?... Não conheço homem nenhum de quem possa temer qualquer interferência capaz de diminuir-me no coração de Carlota. E, no entanto, quando ela, com tanto calor e afeto, fala do seu noivo... é como se eu fosse um homem despojado de todas as honrarias e dignidades, e ao qual arrebatassem a própria espada.

Werther – 13 de julho

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