quarta-feira, 15 de abril de 2009

30 de julho


Tomei, já varias vezes, a resolução de não ir vê-la tão amiúde. Sim, mas como resistir? Cada dia sucumbo à tentação e faço a mim mesmo este juramento: “ Amanha, você ficará em casa”. Quando chega o dia seguinte, sempre encontro qualquer motivo imperioso para lá ir e só dou acordo de mim junto dela. Ou então, é ela quem diz, à noite: “ Você virá amanha, não?” E quem pode resistir a isso? Ou, ainda, é ela quem me incumbe de um recado e julgo conveniente levar-lhe, pessoalmente, a resposta. Ou ainda isto: vou a Wahlheim, que dista meia hora da casa dela! ... Sinto-me perto da sua atmosfera... e, subitamente, eis-me a seu lado!
Minha avó sabia o conto da montanha de ímã: os navios que se aproximassem muito, perdiam todas as suas ferramentas, todos os seus pregos, precipitando-se contra ela, e os infortunados marinheiros eram esmagados pelas planchas que se desmantelavam umas sobre as outras.

Werther – 30 de julho

Goethe

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