Por Gabriella Gilmore
Nunca teremos um fim.
Nunca nem mesmo desenvolveremos uma relação.
Pelo simples fato de nunca tivermos tido a chance de
termos um começo.
As muralhas que você construiu ao longo desses anos,
ainda me mantem de pé do lado de fora, tentando achar alguma brecha para que eu
possa entrar.
Eu só queria ter a chance de te mostrar o mundo através
dos meus olhos.
Entretanto todas as ataduras impostas por você me
impossibilitam de chegar até ti.
Embora as marcas do passado te pesem o coração.
Você ainda me enxerga através dos olhos dela, e num misto
de confusão e decepções, você lança um fardo sobre nossa relação que de forma
mórbida me atrai também mais para você.
Meu amor por pessoas quebradas, meu altruísmo por querer
juntar os cacos de todas as pessoas desmontadas como você, não me deixa partir.
Sendo assim, eu insisto em ficar do lado de fora, olhando
para cada lance de tijolos que você vai construindo por fora do seu castelo
imaginário.
E presa por causa da vergonha e covardia, você continua
insatisfeita, vivendo as escuras numa vida que nunca quis para si.
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