sábado, 1 de junho de 2013

Não fique ai sozinha, querida.






Aqui estou eu de volta. Isso nunca responde a nada.
Onde eu estava quando eles transmitiram o fato de que você é amada?
Às vezes eu queria não ter nascido “humano”.
Seguimos leis que nem sempre vão de acordo com a nossa natureza pessoal.
Você nasce, cresce, procura algum emprego que te satisfaça, se casa para ter filhos, envelhece e morre, ou fica para a semente como a minha avó, aquela...
A merda toda começa quando você não se encaixa em algum emprego que te traga felicidade, porque muito das vezes ele não te dá o dinheiro que você precisa, dai você se sujeita ao “subemprego”, para fazer com que a grana feita lá te mate aos poucos. Felicidade quase nunca é comprada com dinheiro.
Pulando isso, tem a questão de encontrar alguém que você queira compartilhar o resto da sua vida.
Mas peralá! O resto da vida é tempo pra caralho. A maioria pensa assim, mas continuam na relação para não causar bafafá na sociedade.
Pessoas acima dos 30 anos solteiros, casais sem filhos, casais com filhos e no terceiro divórcio. Prato cheio para olhares tortos.
Eu já vi quase tudo.
Por alguma razão, eu me recuso a chutar esses carnívoros na parede.
É maravilhoso que o meu coração ainda se cure, bata e sinta. Ele faz qualquer coisa.
Sim, eu queria estar com alguém para partilhar meus pensamentos, minhas músicas, minhas frustrações.
Eu assusto as pessoas com esse amor todo que transborda do peito.
Não sei lidar por muito tempo com a falta de atenção que sinto em relação às pessoas. Ninguém se importa com o que você sente, nem quando você abre a boca e grita para todo mundo ouvir o que se passa aqui dentro.
De novo, eu queria não ter nascido “humano”.
Não fique ai sozinha, querida.
Volte para casa.
Eu estarei aqui de braços abertos para te abraçar quando você chegar.
Te mostrarei aonde você pertence.
Se você está com saudade, volte para casa.


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