quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Autor independente e desconhecido




por Gabriella Gilmore

Ser autor independente e desconhecido é sofrido.
Você pode ter uma criatividade incrível, uma sacada genial para compor seus personagens e escrever diálogos sensacionais, mas as pessoas não estão nem aí. Afinal, seu nome não está nas revistas de cultura ou na lista dos livros mais vendidos do mês.
Ser autor independente e desconhecido é caro demais.
Quando você decide lançar um livro com a cara e coragem, você investe o dinheiro que não tem junto com a fé que te sobra, e no final das contas, você paga a conta sozinho.
Ser autor independente e desconhecido é de virar os olhos.
Sempre tem um ou outro pedindo livro seu. Eu disse pedindo, e não comprando. As pessoas não entendem que você não tem livros e nem grana sobrando para presenteá-los, porque se você não os vender para cobrir as despesas, consequentemente não terá dinheiro o suficiente para dar cortesias aos colegas.
Ser autor independente e desconhecido é muito deprimente. Você implora para a família e os amigos para te ajudarem a divulgar seus textos, sendo que isso deveria ser algo natural e espontâneo de quem o vê dar o sangue com seus trabalhos. Custa ajudar sem a gente soltar uma intimação?
Contudo, ser autor independente e desconhecido chega a ser muito bom porque você é dono de suas ideias, não precisa enlouquecer com prazos e cobranças da editora, e por ser desconhecido, consequentemente ninguém julgará seus textos de forma cruel. 
Será mesmo?
Em síntese, ser autor independente e desconhecido é para aqueles que amam a arte literária sem esperar nada em troca, afinal, escrever nos dá algo que não tem preço, a liberdade de sermos nós mesmos, e o melhor, de sermos poetas.


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